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terça-feira, agosto 11, 2020

Odù A mítica esposa de Órunmila (Ọ̀rúnmìlà) [ Entendendo a religião Yoruba - Pt. 33]

Odù A mítica esposa de Órunmila (Ọ̀rúnmìlà)


A história a seguir compilada a partir de versos é uma das mais importantes para Ifá, como vou explicar no final. Eu não transcrevi os versos originais, farei um resumo dos versos na forma de uma história continua, fica mais fácil de entender, mas, ler os versos é obrigatório para o Bàbáláwo, porque as informações estão neles.

Que tu pises no mato.

Que eu pise no mato.

Que pisemos juntos no mato.

Ifá é consultado para Odù.

5 Eles dizem Odù veio do além para a terra.

Quando ela chegou à terra,

eles dizem, tu Odù, esta é tua partida.

Olódùmarè lhe dá um pássaro.

Ela pega esse pássaro para ir à terra.

Aragamago é o nome que Olódùmarè dá a esse pássaro.

Aragamago é o nome que tem esse pássaro de Odù.

Ele diz, tu Odù,

ele diz, toda tarefa para a qual ela o enviaria, ele a cumpriria.

Ele diz, ao lugar onde agradasse a ela enviá-lo, ele iria.

Ele diz, se fosse para fazer o mal,

ele diz, se fosse para fazer o bem,

ele diz, todas as coisas que ela gostasse de dizer a ele para fazer, ele faria. Odù leva esse pássaro para a terra.

Odù disse que ninguém a poderia olhar.

Ela diz que não a olhem,

se um inimigo de Odù a olhasse,

ela lhe romperia os olhos (ela o cegaria)

com o poder desse pássaro ela lhe romperia os olhos.

Se um outro inimigo seu quisesse espiar o que contém a cabaça desse pássaro, esse pássaro Aragamago lhe romperia os olhos.

E assim que ela utiliza esse pássaro.

Ela o utiliza até chegar à casa de Órunmila (Ọ̀rúnmìlà).

Órunmila (Ọ̀rúnmìlà) vai consultar seus Bàbáláwo.

Vai consultar: “Se ensinarmos a inteligência a alguém, sua inteligência será inteligente”.

Se ensinarmos a estupidez a alguém, sua estupidez será estúpida”.

Os Bàbáláwo da casa de Órunmila (Ọ̀rúnmìlà) consultam ifá para saber o dia em que ele tomará Odù como sua mulher. Órunmila (Ọ̀rúnmìlà) é assim, tomará Odù como sua mulher.

Os Bàbáláwo de Órunmila (Ọ̀rúnmìlà) dizem ei!

Eles dizem, Odù que tu queres tomar como mulher, eles dizem, um poder está em suas mãos.

Eles dizem, (para) esse poder Órunmila (Ọ̀rúnmìlà) fará uma oferenda ao chão, por causa de toda a sua gente.

Eles dizem (para que) com seu poder ela não mate e coma, porque o poder dessa mulher é maior do que o de Órunmila (Ọ̀rúnmìlà).

Eles dizem a Órunmila (Ọ̀rúnmìlà) que faça rapidamente essa oferenda sobre o chão.

Eles dizem as coisas que Órunmila (Ọ̀rúnmìlà) preparará sobre o chão.

Eles dizem que Órunmila (Ọ̀rúnmìlà) tenha um rato òkété.

Dizem que ele tenha um rato.

Dizem que ele tenha um peixe.

Dizem que ele tenha um caracol.

Dizem que ele tenha azeite de dendê.

Dizem que ele tenha 8 shillings.

Órunmila (Ọ̀rúnmìlà) faz a oferenda.

Quando Órunmila (Ọ̀rúnmìlà) fez a oferenda, eles consultam ifá para ele.

Órunmila (Ọ̀rúnmìlà) leva (a oferenda) para fora.

Ao chegar Odù, ela encontra a oferenda na rua.

Ah! o que veio fazer esta oferenda no chão?

Ah! diz Exu (Èṣù), Órunmila (Ọ̀rúnmìlà) fez essa oferenda ao chão, porque quer desposar a ti, Odù.

Odù diz, nada mau.

Todos aqueles que Odù leva atrás dela são as coisas más.

Ela diz que todos eles comem.

Odù também abre no chão a cabaça de Aragamago, seu pássaro.

Ela diz que ele come.

Odù entra na casa.

Quando ela entrou na casa, Odù chama Órunmila (Ọ̀rúnmìlà).

Ela diz, tu Órunmila (Ọ̀rúnmìlà) Ela diz, ela chegou.

Ela diz, seus poderes são numerosos,

ela diz, mas ela não deixará que eles te combatam.

Ela diz, que ela não quer brigar contigo, Órunmila (Ọ̀rúnmìlà).

Ela diz, mesmo que alguém pedisse sua ajuda, lhe dissesse que te combatesse,

ela diz, ela não te combaterá,

pois Odù diz, eles não farão Órunmila (Ọ̀rúnmìlà) sofrer.

Porque se eles quisessem fazer Órunmila (Ọ̀rúnmìlà) sofrer,

Odù com seu poder e o poder de seu pássaro combateria essas pessoas. Quando Odù acabou de falar,

Órunmila (Ọ̀rúnmìlà) disse, nada mau.

Então eles vão chegar.

Quando chegou o momento, Odù diz, tu Órunmila (Ọ̀rúnmìlà), ela diz, aprende depressa minha proibição (de Odù).

Ela diz, ela quer dizer-lhe qual é sua proibição.

Ela diz, ela não quer que as outras mulheres dele, olhem o rosto dela.

Ela diz, que ele diga a todas as suas outras mulheres, ela diz, que não olhem o rosto dela.

Aquela que olhasse seu rosto, veria sua batalha.

Ela diz, que ela não quer que ninguém olhe seu rosto.

Órunmila (Ọ̀rúnmìlà) diz, nada mau.

Então ele chama todas as suas mulheres.

Ele as previne.

As mulheres de Órunmila (Ọ̀rúnmìlà) não olharão o rosto dela.

Odù diz a Órunmila (Ọ̀rúnmìlà) que,

ela diz, ela vem contigo fazer com que seu fardo se torne benfazejo.

Ela diz, que ela consertará todas as coisas.

Ela diz, tudo aquilo que ele quisesse estragar, ela não consertará.

Ela diz, se ele conhece sua proibição,

ela diz, tudo aquilo que é seu completamente ficará bom.

Então aquele que as quisesse estragar,

ela não deixará que nada seja estragado.

Se Oṣò quiser estragar,

ela diz, ela não (o) deixará (agir),

então ele mesmo será estragado.

Ela diz, nenhuma àjé é capaz de estragar uma coisa de Órunmila (Ọ̀rúnmìlà).

Ela diz que Órunmila (Ọ̀rúnmìlà) não brinca com ela.

Ela diz, todas as suas coisas, completamente, ficarão boas.

Ela diz que não brigará com Órunmila (Ọ̀rúnmìlà).

Não brigará com sua gente.

Ela diz que Órunmila (Ọ̀rúnmìlà) sabe as tarefas que ele quer mandar que ela faça.

Ela diz, se ele envia uma mensagem para fazer alguém sofrer, se ele quiser enviá-la, ela entregará (a mensagem).

O poder de seu pássaro,

se alguém quisesse fazer Órunmila (Ọ̀rúnmìlà) sofrer,

ainda que somente beliscá-lo, Odù brigaria

Órunmila (Ọ̀rúnmìlà) diz hein! tu Odù.

Ele sabe que tu és importante.

Ele sabe que tu és superior a todas as mulheres do mundo.

Jamais ele brincará contigo.

Todos os seus filhos que são Bàbáláwo, previne-os para que jamais ousem brincar contigo, porque Odù é o poder dos Bàbáláwo.

Ele diz, se o Bàbáláwo possui ifá, ele diz, ele também tem Odù.

Ele diz, o poder que então Odù lhe dá diz que,

todas as mulheres que estão junto dele não ousem olhar o rosto dela.

A partir desse dia, todos os Bàbáláwo, sem faltar nenhum, não há quem não tenha essa Odù.

Aquele que não tivesse essa Odù não poderia consultar ifá.

No dia em que ele tiver Odù,

nesse dia ele se tornará alguém, que Odù não abandona ao sofrimento.

Eu tenho uma outra versão desta história contada pelo Bàbáláwo Pópóólá.

Odù não era uma mulher bonita, mas era conhecida no mercado por ser uma mulher dotada de grandes poderes e com eles ajudava muito seu pai. Essa sua capacidade havia sido identificada no seu nascimento.

Ela era de fato temida por todos em razão do sei grande poder. Quando chegou a idade de se casar, seu pai sabendo que ela não poderia ser desposada por uma pessoa comum, procurou Órunmila (Ọ̀rúnmìlà) e a ofereceu em casamento.

Quando ela e Órunmila (Ọ̀rúnmìlà) se encontraram pessoalmente para combinar isso ela disse para ele que faria tudo para ajudá-lo mas que nunca aceitaria ser desrespeitada por ninguém. Ela jamais seria superada por ninguém. Ela queria ser mimada e adorada por seu futuro marido, mas, não queria contato com nenhuma outra mulher e qualquer mulher que colocasse os olhos nela sofreria uma consequência terrível.

Órunmila (Ọ̀rúnmìlà) reuniu suas mulheres e falou das exigências de Odù para morar com ele, dizendo que Odù não queria ser vista por nenhuma mulher e que elas deveriam concordar com isso. Caso não concordassem ele desistiria de se casar com Odù.

Elas disseram que não havia nenhum problema naquelas exigências e que Órunmila (Ọ̀rúnmìlà) poderia sim se casar com ela. Órunmila (Ọ̀rúnmìlà) perguntou 3 vezes para suas esposas se eles concordavam com as exigências de Odù e que se eles não concordassem ele desistiria de se casar com ela. Três vezes elas disseram que sim.

Órunmila (Ọ̀rúnmìlà) concordou então com as condições de Odù e a levou para casa colocando-a em um quarto em uma parte da casa reservada somente para ela. Odù gostou muito de seu local e as demais mulheres também.

Contudo 6 meses depois de ela ter se mudado para a casa de Órunmila (Ọ̀rúnmìlà) uma das esposas de Órunmila (Ọ̀rúnmìlà), que havia concordado com as condições, juntou as demais mulheres e disse era um insulto para as demais mulheres que a esposa mais nova de Órunmila (Ọ̀rúnmìlà) vivesse na casa sendo cuidada por elas as mais antigas. Elas tinham que cozinhar para ela, lavar as roupas dela, limpar a casa para ela e que ela não participava em nada das obrigações da casa.

Algumas argumentaram que depois que Odù foi para a casa que a condição delas no mercado havia melhorado e que elas deveriam levar aquilo em consideração antes de fazer qualquer coisa contra Odù.

Outras disseram que Órunmila (Ọ̀rúnmìlà) devia ser consultado, mas, as que estavam contra Odù disseram que ele estava dominado por ela. Elas então decidiram procurar ela diretamente e dizer que ela deveria assumir as obrigações da casa como todas elas.

Para isso pegaram lâmpadas e foram para a parte da casa onde ela ficava. Elas entraram no quarto e quando a luz da lâmpada iluminou o rosto de Odù e as mulheres viram elas todas caíram mortas.

Quando Órunmila (Ọ̀rúnmìlà) chegou ele viu os corpos das esposas empilhados na porta do quarto de Odù.

Ọ̀rọ̀ mọ̀dímọ̀dí, também conhecido como Odù, era filha de Olówu Ṣàkoorogbále. A partir do momento que sua mãe passou a levar ela em seu ventre, ficou claro que Ọ̀rọ̀ mọ̀dímọ̀dí não era uma pessoa normal.

Quando ela nasceu, os eventos que aconteceram em torno dela e de todo o mundo confirmaram que ela não era um ser humano comum. Durante a cerimônia Ìkọsẹ̀dáyé, o Awo que estavam lá para realizar os ritos colocou ênfase no fato de que o bebê foi especialmente dotado de qualidades únicas e de poderes do orun. Ela não podia, e não deve ser casada com uma pessoa comum, quando ela crescesse para a sua maturidade.

Eles a chamaram de Ọ̀rọ̀ mọ̀dímọ̀dí , também conhecida como Odù.

Odù estava abaixo da média em beleza e aparência física. Ela era muito ciumenta das outras mulheres. Numa fase de sua vida, Odù só poderia ser encontrada no meio dos homens, como resultado de seu ciúme por seus colegas mulheres.

Todos aqueles ao seu redor estavam convencidos de que Ọ̀rọ̀ mọ̀dímọ̀dí era dotada de poderes espirituais extremamente elevados. Ela aplicou esses poderes para ajudar seu pai Olówu Ṣàkoorogbále para ter sucesso e tornar-se grande na vida. Outros homens que se aproximaram dela para serem ajudados foram igualmente assistidos.

Quando ela estava amadurecida o suficiente para ir para o mercado de casamentos, muitos homens, no entanto, a temiam. Eles sabiam que não podiam suportar sua proeza espiritual. Foi por isso que seu pai Olówu Ṣàkoorogbále se aproximou Ọ̀rúnmìlà para ele se casar com ela, em conformidade com a orientação de Ifá, durante sua Ìkọsẹ̀dáyé, que nenhum homem comum poderia se casar com ela.

Ọ̀rúnmìlà consultou Ifá e Ifá lhe deu o sinal verde para se casar com ela. Ifá no entanto advertiu que ele deve chamar esta mulher e pedir-lhe para ela lhe dizer que ela gostava e o que não gostava antes de ela entrar em sua casa.

Como resultado deste aviso de Ifá, Odù foi convidado pelo Ọ̀rúnmìlà para uma discussão um-para-um. Ela pediu a Ọ̀rúnmìlà para encontrá-la na casa de seu pai em uma data especificada. Quando se conheceram, ela prometeu a Ọ̀rúnmìlà que ela iria assisti-lo ao sucesso e grandeza. Ela disse que ninguém seria capaz de vencê-lo. Ela disse que nenhum dos seus companheiro Irúnmole seriam tão grande quanto ele. Ela disse que adorava ser paparicada, adorada e respeitada por seu futuro marido. Ela concluiu que ela não gostava de ser visto por outras mulheres - como uma questão de fato, ela nunca iria tolerar ser vista por qualquer mulher em terra. Ela colocou ênfase no fato de que qualquer mulher que se atrevesse a vê-la, encontraria com uma terrível consequência.

Quando ela disse isso, Ọ̀rúnmìlà disse-lhe que ele já estava casado com muitas mulheres, em consequência disso, ele teria de discutir isso com as suas outras mulheres antes que ele pudesse dar-lhe qualquer resposta sobre seus gostos e desgostos. Ọ̀rọ̀ mọ̀dímọ̀dí concordou com ele. Outra data foi fixada para uma nova rodada de discussão antes de Ọ̀rúnmìlà partir para sua casa.

Em casa, Ọ̀rúnmìlà convocou todas as suas mulheres e explicou-lhes o que tinha acabado de ser conversado entre ele e Odù. Disse-lhes que Odù foi intransigente sobre o aspecto de que nenhuma mulher deve vê-la. Pediu-lhes para dizer-lhe a sua opinião verdadeira e consciente de que se elas sentiram que poderiam acatar o pedido incomum de Odù, e se não, ele estaria disposto a não de casar com ela.

Todas as mulheres disseram Ọ̀rúnmìlà que não havia nada de espetacular com isso. Elas disseram que desde que a mulher não estava preparada para vê-las ou ser visto por elas, elas também não estavam prontos para vê-la. Elas pediram a Ọ̀rúnmìlà ir em frente e casar com Ọ̀rọ̀ mọ̀dímọ̀dí.

Quando Ọ̀rúnmìlà e Odù se encontraram novamente, ele disse a ela que não havia nenhum problema. Odù disse Orúnmlla voltar para casa e confirmar isso muito bem. Três vezes chamou Ọ̀rúnmìlà suas esposas para perguntar-lhes se elas estavam certas de que elas seriam capazes de lidar com Ọ̀rọ̀ mọ̀dímọ̀dí e três vezes todas elas disseram que não havia problema. Por este motivo, o casamento foi contraído.

Quando Ọ̀rọ̀ mọ̀dímọ̀dí mudou para a casa Ọ̀rúnmìlà, a ela foi dada uma sala no extremo da casa. Ela amava o arranjo e todas as outras mulheres adoraram também. Durante seis meses, eles viveram juntos sem problema.

Um dia, no entanto, uma das mulheres na casa de Ọ̀rúnmìlà chamou as outras mulheres e disse lhes que era um grande insulto para uma mulher, ter que se submeter a mais nova esposa desta maneira, pedindo-lhes para não a verem e e estabelecendo para elas, esposas mais antigas uma regra! Ela disse que ficou claro que essa mulher estava usando um truque sobre elas para que ela evitasse de participar das tarefas domésticas. Para adicionar pimenta a ofensa ela lembrou que eram elas que cozinhavam para ela, buscavam-lhe água, varriam a casa e lavavam a roupa para ela!

Ela alegou Ọ̀rúnmìlà fora enganado ao aceitar as regras da mulher. Ela acusou Ọ̀rúnmìlà de dançar as músicas para a mulher mais jovem. Como poderia Ọ̀rúnmìlà permitir que essa mulher mais nova ser capaz de ditar regras às pessoas mais antigas da casa? A situação deve ser tratada e corrigida!

Algumas das outras esposas admitiram que houve uma melhoria significativa em suas vidas no pouco período pouco que Odù entrou na casa. Eles sentiam que tal benefício deveria ser considerado antes de tomar qualquer decisão contra a mulher.

E daí? a outra mulher gritou. Foi isso o suficiente para ela ser a única a dar ordens na casa? Ela deve ser colocada em seu devido lugar! ela declarou.

Uma delas sugeriu que elas deveriam enfrentar Ọ̀rúnmìlà e pedir-lhe para encontrar solução para o problema. Três outras mulheres disse que Ọ̀rúnmìlà não podia fazer nada porque sua cabeça estava permanentemente na axila da mulher. A mulher, Odù era quem controlava Ọ̀rúnmìlà.

Se houvesse qualquer solução, ela deveria ser encontrados pelas mulheres. E, foi assim que todos elas concluíram que todas elas iriam conhecer a mulher, arrastando-a para fora do quarto dela e fazê-la a participar nas tarefas domésticas. Se ela era temida pelo seu marido, elas não tinham medo dela, todos elas assim concluíram.

Uma vez que Ọ̀rọ̀ mọ̀dímọ̀dí estava vivendo na sala no extremo da casa, o lugar estava sempre escuro. Eles passaram a olhar para as luzes que acendiam para vê-la em seu quarto. Ela estava vivendo na escuridão desde que havia chegado nessa casa. A mais velha das esposa disse a todas as outras mulheres para trazerem as suas lâmpadas de seus quartos. Elas fizeram. Ela declarou que elas deveriam arrastar Ọ̀rọ̀ mọ̀dímọ̀dí fora naquele mesmo dia para expor a sua face. Sim! todos elas disseram em coro, e elas partiram.

Elas invadiram seu quarto com as suas lâmpadas e concentraram as lâmpadas em sua cara. O que elas viram foi indizível e indescritível. Naquele mesmo instante, todas elas desabaram, caíram mortas!

Quando Ọ̀rúnmìlà chegou em casa, ele sentiu algo terrível tinha acontecido, ele não conseguiu encontrar nenhuma das suas esposas. Ele chamou-as e não havia ninguém para responder. Ọ̀rọ̀ mọ̀dímọ̀dí não deixou seu quarto. Ọ̀rúnmìlà se moveu para dentro só para encontrar os corpos das mulheres empilhados uns sobre os outros na porta de Ọ̀rọ̀ mọ̀dímọ̀dí. Quando ele percebeu que elas estavam todas mortas, a dor tomou conta dele. Ele gritou e acusou Ọ̀rọ̀ mọ̀dímọ̀dí de introduzir agonia em sua casa, dizendo:

Oro, eu não entrei em aliança com você para a morte

Nem eu negociei para ter aflição

E eu não acordei com você que minha casa seria incendiada

Quando Ọ̀rọ̀ mọ̀dímọ̀dí ouviu isso, ela simplesmente respondeu assim:

É verdade que você não entrou em aliança comigo para a morte

E que você não fez barganha para aflição

Mas você também não me disse que a luz seria levado a olhar na minha cara!

Foi assim que Ọ̀rúnmìlà soube que as mulheres de sua família foram as que trouxeram luzes para o quarto de Odu para olhar para seu rosto em desafio. Isso foi o que provocou-a para atacá-las.

As folhas de Ọ̀dundun são grossas ao toque

as folhas de Tẹ̀tẹ̀rẹ̀gùn são longos e grande na aparência

Se você olhar para Adẹ́tẹ̀. As folhas do Cactus

E olhar para as folhas Ọ̀dundun

Eles se parecem exatamente o mesmo

Estas foram declarações de Ifá para Ọ̀rúnmìlà

Quando ele foi se casar com Ọ̀rọ̀ mọ̀dímọ̀dí

A descendência de Olówu Ṣàkoorogbále

Ele foi aconselhado a oferecer ebo

Ọ̀rúnmìlà começou a cantar e sua música se tornou uma canção de lamentação, ele disse:

Ọ̀rọ̀ mọ̀dímọ̀dí, eu não entrei em aliança com você para a morte

Nem eu negociei para ter aflição

E eu não acordei com você que minha casa seria incendiada

É verdade que você não entrou em aliança comigo para a morte

E que você não fez barganha para aflição

Mas você também não me disse que a luz seria levado a olhar na minha cara!

Ifá diz que não importa o que aconteça nenhuma mulher deve ser autorizado a ver Odù ou possuir Odù. Foi Odù ela mesma, uma mulher companheira, que decretara contra a ser visto por qualquer mulher.


Esses versos são importantíssimos, mostram que Odù recebeu o poder absoluto de Olódùmarè e depois de “casa” com Órunmila (Ọ̀rúnmìlà). A mulher não tem nenhum espaço no sacerdócio de Ifá e isso esta definido aqui. O espaço da mulher na religião é no culto de Òrìṣà (Orixá) onde ela é preponderante, os eleguns devem ser mulheres.

Mas, apesar disso, é da mulher que orunmilá recebe o axé (àṣẹ) de Olódùmarè, o poder absoluto e o controle sobre ajé (Àjẹ́).

Mais uma vez eu destaco a questão do equilíbrio, o sacerdote de Órunmila (Ọ̀rúnmìlà) é homem mas seu poder vêm de Odù a mulher.

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