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segunda-feira, agosto 26, 2013

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Gente em função de uma alteração na configuração da ferramenta de Blogue os comentários do BLOG foram integrados ao Google Plus, mas, isso foi diferente do que eu imaginava que seria.

Voltei ao normal, de maneira que os comentários voltam a ficar livres de você estar logado no Google plus.

Esta semana vou fazer nova postagem

sexta-feira, agosto 09, 2013

Os cargos de Obariaté que são distribuidos por dinheiro, apenas



 A FALSA CERIMÔNIA DE OBA ORIATÉ


(não existe nenhuma que seja verdadeira...)

Como brasileiro e oriundo do Candomblé eu tenho inúmeros reparos e observações a fazer em relação a prática do Ifá cubano carregando a variante Lukumi aqui no Brasil, mas, o tema não merece nenhuma insistência ou direcionamento de minha parte. Minhas posições críticas surgem naturalmente nos textos que são publicados. Contudo, alguns assuntos podem sim merecer um tratamento mais especial. Este é o caso da distribuição dos Oba Oriaté que é feita aqui no Brasil, como aliás em outros lugares.

No meu restrito conhecimento de lukumi, todo ele oriundo apenas de conversas com pessoas do culto Lukumi, nunca me permitiu compreender a possibilidade e o sentido da distribuição de cargos de Oriaté para brasileiros que se aventuram no Ifá Cubano. Eu ouvi algumas explicações, mas, não aceito nem mesmos as ponderações das razões, e vejam que eu perguntei diretamente sobre isso.

Na minha visão o Oriaté é um cargo que um Olorisha atinge com a maturidade, conhecimento e experiência. É requerido notável saber para uma pessoa ser um Oriaté. Um Oriaté, na minha visão é aquela pessoa que conduz todas as liturgias e desta forma domina toda a sua tradição religiosa. Eu havia entendido que haviam 2 tipos de sacerdotes, os babalorisha e os Oriaté, sendo que apenas os segundo tinham o completo domínio da liturgia. Entendi que você podia ser um Babalorisha, ter seus afilhados e requisitar o suporte de um Oriaté toda vez que necessitasse.

É um modelo distinto do usado no Candomblé, mas, um modelo possível, tanto que eles fazem assim lá e esse modelo também se repete no Ifá Cubano, onde você pode ser padrinho de uma pessoa sem ter ainda o direito de fazer isso sozinho, você "aluga" isso.

Este meu entendimento, contudo, é contrariado pelo fato de, algumas pessoas, que nada sabem a fundo de Lukumi terem ganho esse cargo aqui, no Brasil, sem prática, neófitos de fato e ainda mais através de Ifá!

Bom, sem saber o que falar eu ficava na minha. ...

Mas, nas últimas semanas, por acaso tive acesso a um livro escrito por um Cubano no qual ele critica justamente a mesma coisa que eu criticava, a distribuição a troco de dinheiro de cargos de Oriaté. Claro que continuo sendo uma pessoa de pouco conhecimento em Lukumi, mas, fiquei satisfeito por saber que não sou idiota, porque consegui entender o que me explicaram antes.

Dessa maneira faço uma tradução livre de um trecho do livro de Miguel Ramos, chamado Obì agbón: lukumi divination with coconut, que pode ser facilmente comprado em edição digital na loja kindle da amazon.com. Eu gostei do livro e recomendo para quem quer conhecer o uso de cocos como oráculo.

Eu sei que o Sr. Miguel Ramos não é por assim dizer uma pessoa muito bem conceituada, em alguns aspectos. É um típico comerciante de liturgias, como os muito que nós mesmos temos aqui aqui no Brasil vindo de Cuba. Mas, enfim, a parte dessas cubanices dele, que não são muito diferentes das nossas, ele é um acadêmico, é Lukumi e uma pessoa que produz conteúdo Lukumi.

O que importa não é o que ele faz e sim o conteúdo que ele gera que, sendo dele mesmo ou copiado de outros não faz diferença se o que retrata é real. A questão de autoria, não me interessa, o que importa é o conteúdo ser consistente, lembrando sempre que, como estamos falando todos da mesma religião, falar de conteúdo original é bem difícil.

O trecho que vou destacar a seguir e comentar, não é nenhum conteúdo especial, está no prefácio do livro, de forma que é então uma mensagem do autor que vou ajudar a passar.


Aqueles que não gostarem, principalmente os que receberam o cargo de Oba oriaté aqui no Brasil ou que estão dando esses cargos, peço que direcionem suas reclamações para o Sr. Miguel “Willie” Ramos, o autor do livro, que é quem escreveu isso, eu apenas estou reproduzindo.

“... Para ser uma Iyá ou babalorisha, um Oriaté ou um Babalawo, o indivíduo deve ter Odus específicos na sua ordenação (iniciação) Itá, que determinam que isto é possível e acima de tido isto ser sancionado pelos Orisha. Na religião Lukumi, status, títulos e hierarquia são baseados em um Odù, e em muito rituais, Iyalorisha, Babalorishas, Oriatés e de muitas formas os Babalawos são nascidos, eles não são feitos ou forçados for ego, vaidade e outros fatores.

** é interessante observar que os Lukumi tem uma aproximação muito séria com Ifá lá e usam Ifá de uma forma integrada, levando a sério a questão de Odù. Isso é diferente aqui no Candomblé e por isso que muitas pessoas se impressionam com eles. Odù e Ifá viraram um sinônimo de sofisticação e por eles se expressarem assim impressionam os menos informados *** 


O que faz esse problema ser mais sombrio é que muitos poucos tem o treinamento adequado para exercer o ofício que eles tão obsessivamente imploram e frequentemente praticam sem nenhum profissionalismo, ética ou conhecimento, que são partes intrínsecas e indispensáveis destas hierarquias e status. Esses fanáticos jamais entendem, ou possivelmente não se preocupam, que eles estão colocando a vida de outras pessoas em risco.

Podem me chamar de pessimista se você quiser, mas hoje nós estamos debaixo de um desafio de uma grande desastre e sofrimento...


...A religião Lukumi foi capaz de sobreviver a inúmeros obstáculos que a confrontaram devido aos nós que a própria comunidade sofre. Conhecimento, respeito e senso de propósito foram os princípios de resistência e continuidade que permitiram a unidade do coletivo mesmo nos momentos onde o individualismo prevaleceu em todos os níveis. Orientação foi um elemento importante. Cada classe de sacerdotes aprendeu sobre suas funções sacerdotais por causa da estrutura que havia em volta deles, de casas e mais velhos que os pressionavam. Olorishas foram ensinados pelos seus mais velhos e foram focados no seu propósito que era o de reconhecer a importância dos Orisha e na pratica de uma religião.
O aprendizado começava de baixo. Os olorishas começavam tirando penas de aves, limpando o chão e sujando suas mãos nos trabalhos mais duros e cansativos. Uma vez ordenados eles continuavam seu caminho do fim da fila, ascendendo, demonstrando respeito pelos mais velhos, ganhando conhecimento e respeito. Somente o verdadeiro interesse, dedicação e humildades eram recompensados e tudo se transformava em amor a sua religião.

Oriatés foram selecionados e treinados por seus mentores, um reconhecido Oriaté. Por longos anos. Os candidatos trabalhavam junto com um Oriaté mais velho e ficavam por longas horas com trabalho duro e pressão. Quando esse Oriaté mais velhor entendia que o aprendiz estava maduro ele seria “iniciado”. Esta “iniciação” era basicamente a apresentação do novo ORIATÉ para a comunidade, quando o candidato deveria fazer um Itá na frente de todos e depois ser julgado pela própria comunidade se ele já estava apto.

** Notem que o entendimento deles não é distinto do nosso para o processo de aprendizado **

Ao contrário do que se faz atualmente, não existe nenhum outro processo para se tornar um ORIATÉ. O ORIATÉ é o produto de aprendizado e treinamento e demonstração pública da capacidade e habilidade de fazer o seu ofício. Não existe nenhuma cerimonia ou ritual de iniciação.
….
No Brasil, Ifá e os Babalawo estão extintos desde o fim do século XIX. Babalawos Nigerianos começaram a influenciar o Brasil depois de 1960 quando muitos viajaram para ensinar Yorùbá em universidades. Este processo iniciou uma Africanização tardia do Candomblé no Brasil. Depois os próprio Babalawo Cubanos vieram para o Brasil e introduziram a variante cubana. No Brasil, os Babalawo cubanos estão causando uma divisão devido a introdução de novos rituais de Ifá que não tem lugar na tradição e na região, como é o caso da FALSA CERIMÔNIA DE ORIATÉ.


Candidatos que não são considerados dignos para serem iniciados em Ifá e principalmente sacerdotes homosexuais, são orientados através de uma divinação de Ifá que devem receber o cargo de OBÁ ORIATÉ e assim pagam e são submetidos a essa FALSA CERIMÔNIA que não tem lugar no Lukumi...”


Eu destaquei apenas algumas partes do texto. O relato é mais rico em detalhes em substantivos e também adjetivos. Quem quiser ter acesso ao conteúdo integral que é bem esclarecedor deve procurar o livro na AMAZON.COM.

O autor explica que em um momento de Cuba, pessoas que haviam sido deportadas voltam a ilha e iniciam esse processo não tradicional de criar cerimônias que não existem e vender o que não deveria ser vendido. O fluxo entre os EUA e Cuba permitiu que essas pessoas buscassem conhecimento ou legitimassem um comércio de coisas que não eram adequadas pela tradição da ilha.

O mesmo ocorreu aqui no Brasil com a vinda de cubanos e Nigerianos. Ambos fazem aqui coisas que não fazem dentro de suas tradições. Idiotas são aqueles que não procuram sabem o que é certo e compram coisas que são ilegítimas.

Dentro dessa ilegitimidade, segundo Miguel Ramos está a criação de uma FALSA CERIMÔNIA de Obá Oriaté, criada apenas para tirar dinheiro de incautos. Ele também comenta que essa função, de Oriaté não tem lugar no Candomblé. Essas pessoas não são reconhecidas no Candomblé como sacerdotes. 





Chamo a atenção para o aspecto que o autor destacou que não existe cerimônia verdadeira de Oba Oriaté, todas são falsas.

Aqueles que se sentirem atingidos pelos comentários, lamento, procurem o Miguel Ramos. Esse Blog não tinha posição sobre o assunto, mas, visto ao exposto entende que o Miguel Ramos deve estar correto

segunda-feira, agosto 05, 2013

Cerimônias de Nascimento Yorùbá Parte 3 de 3

Cerimônias de Nascimento Yorùbá

Parte 3 de 3

A cerimônia de Imori


Esta cerimônia significa “conhecendo o Ori”. É um complemento da primeira cerimônia o Ikoxewaye e não tem ligação com a segunda, a cerimônia de nome.

Vamos revisar esses conceitos. A primeira cerimônia descrita, o Ikoxewaye é o momento que se conhece o Odù de nascimento do recém-nascido. É realizada entre o terceiro e o oitavo dia de nascido. Esta cerimônia não é exclusiva de adeptos da religião. Pode ser feita pelo Bàbáláwo para qualquer criança de qualquer religião.

A segunda cerimônia, a de nome esta ligada a religião da criança, não tem sentido ela ser feita pelo rito Yorùbá se a criança é católica ou muçulmana. Assim a criança pode passar pela primeira cerimônia e depois seguir os ritos de sua religião.

A terceira cerimônia, o Imori, esta ligada a religião Yorùbá. Não vejo muito sentido ela ser feita para crianças de outra religião.

Depois da criança pisar no mundo e receber o seu nome, chega a vez dela colocar a cabeça no mundo. Os Yorùbá entendem que até o terceiro mês aquela alma ainda está entrando nesse mundo e naquele Ori. Existe um processo de adaptação a este mundo em curso e a alma ainda neste momento tem muita informação da sua origem para passar. Quando ela se unir definitivamente com o seu Orì interior vai esquecer do Órun (ọ̀run) será impossível resgatar as informações sobre suas origens. Esta é a razão que leva essas cerimônias serem realizadas tão cedo e serem impossíveis de serem realizadas mais tarde.

A cerimônia se inicia novamente com a presença da criança e da mãe na esteira. A cerimônia será feita no início da manhã. Na noite anterior a criança deve dormir com uma fita preta e branca colocada nos seus pulsos, cotovelo, calcanhar, joelho e pescoço. Isto é um sinal para preparar o espírito da criança para o ritual do dia seguinte.

O ritual inicia nas primeiras horas da manhã, com uma oferenda de Gin e dendê no assentamento dos ancestres do Bàbáláwo, usando um Obì para determinar se isso foi aceito. A mãe também pode trazer oferendas, como canjica, Cará ou peixe seco. O pai da criança pode estar ou não presente e pode também trazer alguma oferenda para seus ancestres.

As oferendas são colocadas de cada lado do ópón (ọpọ́n). No lado direito o da família do pai e no lado esquerdo o da família da mãe.

O Bàbáláwo fará a abertura do seu Ifá e ao terminar riscará e rezará no seu ópón (ọpọ́n) o odì Ogbè Méjì. Ele vai pegar a criança da mãe, como fez na primeira cerimônia e vai tocar a cabeça dela no chão e depois no ópón (ọpọ́n). Dessa forma a cabeça entrará no mundo.

A cabeça da criança deve ser aspergida com água. A água deve ser jogada no chão e a criança deve beber também um gole de água. Depois dela o Bàbáláwo, a mãe, o pai (se presente) e todos os demais.

O Bàbáláwo tomará 2 pequenos gravetos feitos com árvores especiais. O graveto da família do pai, chamado de Ixémokurin (Iṣẹmọkurin) será de Akoko, uma árvore intimamente ligada com a ancestralidade masculina. O da família da mãe, chamado de ixémobirin (iṣẹmobirin) será de uma árvore de frutos doces e com muitas sementes. Na áfrica é feito de uma árvore chamada de maçã de estrela branca (chrysophyllum albidum, sapotaceae), de fruto doce e com uma semente vem negra. Esta semente é um importante instrumento de ìbò em Ifá, usado para perguntas a Órunmilá (Ọ̀rúnmìlà).

Claro que não vamos encontrar aqui a African white star apple, mas deve ser usada uma árvore de frutos doces, pode ser de uma laranjeira.

Cada um dos gravetos fica do seu lado da família.

O Bàbáláwo, como é tradicional em Ifá deve explicar o propósito da cerimônia e desejar as bençãos para a criança. Pega então os 2 gravetos, toca no Ikins, na testa da criança. No chão e os circula no ar 3 vezes.

Ifá não será usado para tirar um Odù. O Odù que prevalece é o Odù do nascimento que pode ser riscado e rezado.

Ifá será tirado em uma consulta múltipla para definir de qual lado da família vem o espírito da criança. Ele pode vir do lado da família da mãe, do pai ou vir de orixá (Òrìṣà) e nesse caso será um espírito novo na família. São traçados 3 Odù um para cada parte, sendo o mais à direita a família do pai, o do meio o orixá (Òrìṣà) e o da esquerda a família da mãe.

Depois de definido isso pode ser feita ou não exploração adicional para determina que ancestre específico estase manifestando na criança, se ela é um bàbá tunde ou uma iyabode.

Outra consulta múltipla deve ser definido através dos Ìbò qual caminho de benção deve a criança vem abençoada na sua vida:



Ìbò
Representa
Significado
apaadì
vitória e sucesso
Diz respeito a vitória na vida sobre os seus inimigos e podemos aqui incluir as relações de trabalho e negócios
Egun
saúde
Indica que o Odù se refere a saúde do consulente ou de sua família, ou seja, mulher e filhos.
Irú
fartura e felicidade
Filhos, felicidade e fartura
okoto
mulher
Representa os relacionamentos, a casa ou o casamento
owó-ẹyọ
dinheiro
Indica que o Odù se refere a questões de negócios
okúta
destino e a vida
Indica que o Odù se refere a questões da vida do consulente



O Bàbáláwo poderá então perguntar sobre o orixá (Òrìṣà) da criança e qual o orixá (Òrìṣà) de família que ela deverá também prestar homenagem. Essa parte é muito especial porque envolve o Bàbáláwo conhecer bem o culto de orixá (Òrìṣà) e Orì o que não é comum.

Cada pessoa vem apenas com um único orixá (Òrìṣà) de Ori. Existe um segundo orixá (Òrìṣà) de proteção que complementa o orixá (Òrìṣà) de Orì que pode ser de qualquer gênero, não existe regra de que é um orixá (Òrìṣà) de cada gênero. Isso é falta de conhecimento.

Adicionalmente a criança pode ter um orixá (Òrìṣà) de família e também um orixá (Òrìṣà) de ancestralidade, de herança que vem com este espírito. Estes orixá (Òrìṣà) adicionais não são o orixá (Òrìṣà) de Orì mas complementam a vida espiritual da criança.

Por último, o Bàbáláwo pega 3 folhas de Akoko e coloca em cima delas um pouco de cada elemento que foi usado como sacrifício. Antes de colocar nas folhas ele deve tocar o elemento nos ikin, na testa da criança e na sua boca. Cola então nas folhas. Quando todos os elementos já estiverem representados, ele joga em cima o pó de yerosun (Yẹ̀ròsùn) e fecha as folhas formando um pacote bem amarrado com as fitas que foram colocadas na criança para ela dormir.

Esse pacote será colocado em um prato branco no meio do opon (ọpọ́n) e girado primeiro no sentido do relógio e depois no sentido contrário. Ele então pergunta a todos:

“- a criança veio ao mundo ou a criança não veio o mundo?”

Os pais devem responder: “- a criança veio ao mundo!”

Ele então rodando o prato deve dizer “- A criança veio ao mundo para ser feliz e aproveitar de todas as coisas boas do mundo”.

Ele pega o prato com o pacote e o entrega para a mãe. Ele vai rezar agora pela felicidade da criança. Após concluir ele pega de novo o pó de yerosun (Yẹ̀ròsùn) e joga sobre o prato de pacote. Nesse momento o pó se torna a manifestação material das preces.

Esse pacote deve ser guardado pela mãe com todo o cuidado e será uma proteção para a criança e poderá ser usado com a orientação do Bàbáláwo.

Conclusão


As 3 cerimônias são muitos importantes sob o ponto de vista desta religião como de qualquer outra. Coo explicado algumas delas podem ser feitas para qualquer criança, independente da religião dos pais. Mesmo no caso de pais que tem religiões diferentes as cerimônias podem ser aplicadas.

Claro que a criança deve ser batizada apenas através de uma religião. Não existe sentido em batizar a mesma criança em várias religiões. A primeira água é aquela que abençoa e não existe necessidade de mais nenhuma outra.

A cerimônia de Imori, poder aplicada com algumas reduções para crianças de outras religiões, no que pese no meu entender ela ser mais aplicada às crianças de pais ou de um dos pais da religião Yorùbá.

Num ponto em que o Candomblé carece de cerimônias autênticas, estas cerimônias através de Ifá são importantes para a afirmação de uma religião plena e autônoma. Já basta o Candomblé ficar copiando cerimônias católicas ou submetendo seus seguidores às cerimônias católicas.

Minha posição é que nenhum Babalorixá deveria fazer qualquer batizado ou casamento se a família submeteu a criança a um batizado católico ou pretende submeter. De fato não dá para saber o que será feito depois, mas, perguntar se a criança já foi batizada antes sem dúvida é mais fácil.

Por último, faço a mesmo recomendação de sempre. Essa cerimônia deve ser feita por um Bàbáláwo mesmo que junto com o Babalorixá ( Bàbálórìṣà) da família. Mas tome muito cuidado com ambos os sacerdotes. Não escolha gente que vende sua mão para fazer feitiços e amarrações, que vende qualquer favor por dinheiro e que não tenha reputação ilibada. Você não vai colocar uma mão suja para fazer isso para seu filho.