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quarta-feira, novembro 14, 2012

Odus negativos no Candomblé

Odus negativos no Candomblé


Existe uma versão mais atualizada deste texto em

Odù negativo no Candomble - versão de 2015 



Quando posso, ou podia, eu assisto a programas de rádio sobre Candomblé aqui no Rio. Podem ser ouvidos pela Internet também, existem 2 rádios que tradicionalmente tem esses programas normalmente no horário noturno e a partir das 21:00.

Olha, eu ouço, mas é um verdadeiro FEBEAPA, como diria o já falecido Stanislau Ponte Preta. Sim, um festival de besteira, mesmo para o Candomblé, onde é difícil falar que algo que não é besteira. É inegável o caráter comercial que os programas têm, mas, igualmente inegável o despreparo dos tais programadores de rádio. Me admira que pessoas após os ouvirem os procurem. Contudo, o objetivo do programa é esse, atrair clientes e, se eles não tivessem sucesso, não existiriam os programas.

Temos que lembrar que existe vontade para tudo e quem os procura, o faz de livre e espontânea vontade. Igualmente quem os ouve faz porque quer. Dessa forma, cada um avalie o que é bom ou ruim para sua vida.

Eu tinha vontade de, de vez em quando, fazer uma coletânea das besteiras que eles falam, mas, meu tempo não é lixo para eu falar de lixo. Assim vou tocar em um ponto apenas que é relevante para eu que sou Bàbáláwo, que é o caso de Odu negativo.

Lembro a todos que eu já falei aqui que a maior parte dos Babalorixas e Iyalorixas de Candomblé, que se promovem falando de Ifá e Odù, não tem a menor ideia sobre o que estão falando. Eles nada sabem e não tem ideia do que seja Odù ou Orunmilá. Apenas usam isso para impressionar as pessoas e torná-los diferente dos demais, arrotando um conhecimento que não tem.

O que se fala de Odù no Candomblé não é Ifá, foi criado aqui na década de 90 e foi retirado do livro do Maupoil. Esse livro é muito antigo, fala do Benin e de Fá, uma variação do Dahomey. Não é Ifá e o que tem no livro e foi copiado pelo Candomblé não tem em Ifá.

O nosso Ifá do Candomblé com seus significados de Odù é uma Jabuticaba, só tem aqui.


Eu tenho um texto sobre esse tema de Odù no Candomblé, e o que posso dizer aqui de forma simples é que é uma jabuticaba. O Candomblé criou um Ifá e um Odù só para ele.

Veja, o mesmo pode ser dito sobre o Ifá cubano. Tomou uma variante na estrada, uma paralela, mas ainda é Ifá. 

No Candomblé, nem todos conhecem a cultura de Odù do Candomblé. Eles sabem alguma coisa e inventam muito para complementar ou criar coisas do seu interesse.

Essas pessoas falam de um Ifá que não é o de verdade. Eles falam de um Ifá que, na ausência do culto de Ifá no Brasil, eles construíram na cabeça deles. O que eles chamam de Ifá, Odù e Itan, são coisas que eles aprenderam de fontes ruins, inventaram e foram se copiando, o que transformou muitas informações em erros.

Aliás, o processo que eu entendo que ocorreu foi esse da cópia e reprodução. Alguém descobriu algum material, talvez até correto, saiu repetindo e criando em torno disso, outros pegavam o que esse falou e fazia a versão dele e por ai foi. Acabaram criando uma cultura própria, sem nenhuma base.

O livro do Bernard Mapouil foi a principal fonte do Candomblé e em torno disso criou-se conhecimento próprio.

Mas a partir desse material e na ausência de algo melhor, o tema “viajou” muito. Algumas pessoas mais sérias se mantiveram a linha original os menos sérios se aproveitaram.

Claro, estou exagerando um pouco, o que essas pessoas falam tem sim alguma base real. O problema foi a falta de doutrina no conhecimento e no uso dele. Como eles não tinham compromisso com nenhuma tradição, aquilo era um “a mais” que eles ofereciam, acabam criando o que querem.

O texto que fiz sobre eerindinlogun e Ifá, que está aqui no Blog, fala bastante sobre isso, não preciso repetir nada, basta ir lá e consultar.

O tema deste texto está no uso do termo Odu negativo.

Aliás, a primeira coisa a lembrar é sobre o continuado uso de determinar Odu através de data de nascimento. Leitores, por amor ao seu Orixá, isso é uma idiotice. Já expliquei no Blog. ISSO NÃO EXISTE. É uma bobagem, uma besteira. Não faça isso e nem acredite nisso. Se alguém fala sobre numerologia e Ifá é basicamente porque esta pessoa é ignorante e não sabe nada, mas nada mesmo, de Ifá.

Numerologia é numerologia, Ifá é Ifá. Não existe vínculo!

A outra coisa grave é quando a pessoa amarra nisso a afirmação de que saiu para essa pessoa um Odù negativo. Veja, a pessoa não está se referindo a que naquela consulta o Odù é negativo para aquela pessoa. Na cabeça do olhador, Odùs são coisas do mal, com raras exceções trazem coisas gravíssimas.

É assim que descrevem Odù, Exceto Obará que sempre é positivo, porque isso interessa a ele todo o resto é gravíssimo.

Assim Osa é sempre negativo, Owonrin, eji ologbon, eji onile e outros que não lembro agora, também. Raro mesmo é ver alguém dizer que algum Odù é bom, todos são ressaltados pelos seus caráteres mais graves, de acordo com essas definições de Odù que o Candomblé inventou.

Eu, se ouvisse isso, ficaria assustado com Ifá e Odù. Tudo é dito ser tão sério e grave que jamais me interessaria.

Vou repetir eu ouço as pessoas falando assim, se referindo a determinados Odù com gravidade.

Gente, NÃO existem Odùs negativos por definição

Odù não te traz nada negativo, Odù é sempre positivo para sua vida.

Um Odù pode, naquele momento, trazer uma mensagem na qual ele indica uma negatividade ou uma positividade que já está presente em você e em sua vida ou vai se manifestar.

Odù não é a negatividade. Odù é a mensagem que explica o que você já tem e é também a benção de Olodumare trazendo a solução para sua vida. 

Odù é o remédio não é a doença

Não podemos chamar o remédio para curar o câncer do próprio câncer. Se um remédio é destinado a curar uma doença, se vemos alguém usando-o vamos saber que aquela pessoa tem aquele problema e não que aquele remédio é quem transmite a doença para ela.

Os Nigerianos entendem que o Odù anuncia uma Benção, um Ire, ou então um questionamento um Ayewo, porque eles não aceitam que ele anuncie um mal. Você deve questionar o que não está bem com você.

Os Cubanos também pensam assim. Para ele é Ire, benção ou Osogbo (não benção). Eles não usam a expressão Ibi - mal. 

Odù é sempre o remédio, é a benção que recebemos de Olodumare através de Ifá. 

Eu tenho uma explicação bem simples e que qualquer pessoa pode entender. Odù sempre é uma benção. Se você está bem e necessita melhorar ou trilhar novos caminhos, o Odù vem positivo, ou em Ire como falamos, trazendo esse axé adicional para você. Ele vai alavancar a sua vida, te impulsionar.

Se você não está bem e o Odù vem negativo, ou em osogbo, não é o Odù que tem o problema é você, e nesse caso ele vem tirando essa sua negatividade para normalizar sua vida.

Em Ifá, verdadeiro, primeiro se determina o Odù e depois, usando novas caídas e os Ìbò você determina o tipo de mensagem (Ire/osogbo Ire/Ayewo).

Veja, entenda, o Babalawo, primeiro determina o Odù, depois identifica se ele vem trazendo bençãos ou se vem removendo problemas, negatividade.

Os Balaorixá e Iyalorixás não fazem nada disso, nem sabem, nem usam Ibo. O Odu cai e eles logo vaticinam os problemas, qualificando o Odù como ruim só pela indetificação.

Desta forma, em Ifá de verdade, qualquer Odù sempre representa uma mensagem sobre uma situação positiva ou negativa e sempre trazendo a solução para esta situação.  Dessa maneira um Odù sempre é positivo, negativo pode ser o que ele venha a resolver e que você já tem. Não é o Odù que traz isso.

NÃO existe isso de dizer que determinado Odù seja por definição negativo ou que tenhamos nos 16 Odu aqueles negativos e os positivos.

Todo Odù vem de Olodumare através de Orunmila. Assim todo Odù é bom, é o que você precisa para melhorar.

Pior é que essas pessoas sem conhecimento e escrúpulo fazem isso usando a maldita data de nascimento. Temos então 2 besteiras ao mesmo tempo, numerologia para determinar Odù e predefinição de positivo/negativo. Não levem isso a sério.

Duas coisas podem motivar eles falarem essas besteiras. A primeira e mais provável é ignorância. Eles não sabem mesmo o que é correto. Aprenderam alguma coisa de qualquer jeito e inventam mais para esconder o pouco que aprenderam. A segunda é que isso é uma boa estratégia para assustar as pessoas, sem motivo e fazer essas pessoas os procurarem.

Vou repetir o que eu disse no início, O tal Ifá ou Odù que o Candomblé usa, não é o Ifá de verdade, isso foi uma invenção aqui no Brasil.

Gente, não de atenção a essas pessoas e nem a essas afirmações.  Isso apenas ensina coisas erradas e confundem as pessoas. Não tem utilidade ou propósito a não ser o de confundir. 

Se você quer aprender mais veja os textos seguintes a este aqui que estarei republicando.


Para conhecer mais sobre Odù leia o texto

O que é odù? 


 
Se você quer aprender mais veja os seguintes textos:

http://blog.orunmila-ifa.com.br/2013/01/c-omo-determinar-se-o-odu-e-positivo-ou.html

http://blog.orunmila-ifa.com.br/2012/07/odu-de-nascimento-junto-com-esta-mania.html



  

terça-feira, novembro 13, 2012

Odu a esposa de Orunmila

Odu a esposa de Orunmila

A mulher em Ifa - Parte 6



Estou publicando ou republicando em diferentes contextos, importantes textos de Ifá. Este aqui é um desses.

Fala sobre Odu a mítica esposa de Orunmila (Ọ̀rúnmìlà), cuja história justifica em Ifá as enormes restrições que tem as mulheres. Nas histórias de Ifá em nenhum momento, exceto com Oxun, Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) tem a seu lado uma mulher como estudante. Em nenhum momento uma mulher surge como uma sacerdote.

Oxun foi a única que mereceu isto e estabeleceu dentro do culto de Ifá a forma como a mulher pode desempenhar sua função. Em textos anteriores isto já foi explicado. Sugiro consultar também o excelente texto sobre Eerindinlogun e Ifá (que esta dividido em 4 partes).

http://blog.orunmila-ifa.com.br/2012/05/o-jogo-de-buzios-e-ifa-parte-1.html

Mas, mesmo sendo um culto masculino, Ifá cuja finalidade é trazer o bom senso e a sabedoria às pessoas, ele mostra com esta história porque nele esta contida a base da religião. A maior fonte de axé de um Babalawo o seu principal assentamento é a representação da energia feminina, através de Odu.


Ifá não poderia representar o conhecimento da religião se fosse um culto mesquinho ou preconceituoso. Não o é e Odu representa isso.

Assim, apesar de Ifá não ser um culto de sacerdotes femininas, nele esta, sim, contido as principais mensagens desta religião. Ifá contêm e representa isso. Mas Ifá não tem nenhuma primazia e um sacerdote de Ifá não esta acima de qualquer outro desta religião.

Um Babalorixá (Orixá) e um Ojé (Egungun) igualmente representam elevadas hierarquias em seus cultos, todos distintos entre si. Não existe elemento de comparação.

Nos versos de Ifá estão uma grande fonte e exemplo dos dogmas e sabedoria desta religião, mas, não estão todos os dogmas ou todas a sabedoria. Uma coisa é o que Ifá armazena em seus versos, outra coisa é o papel que desempenham seus sacerdotes. Estes nem sempre entendem aquilo que deveriam transmitir.

Dentre as coisas relevantes que Ifá mostra é o equilíbrio. Aliás se alguém me pedisse para definir em 1 palavra apenas o que esta religião transmite para pessoa eu diria: Equilibrio. Esta é a palavra que define esta religião. Tudo o que se faz é para trazer ou reestabelecer o equilibrio.

Dessa maneira em um culto masculino com uma unica divindade masculina e sacerdotes masculinos, sua principal fonte de axé é o assentamento que tem origem em uma mulher, Odu a esposa de Orunmila (Ọ̀rúnmìlà)..

Mas vamos a história de Odu a mítica esposa de Ọ̀rúnmìlà.



Retirado de Orangun Meji da obra de Popoola.


Ọ̀rọ̀ mọ̀dímọ̀dí, também conhecido como Odù, era filha de Olówu Ṣàkoorogbále. A partir do momento que sua mãe passou a levar ela em seu ventre, ficou claro que Ọ̀rọ̀ mọ̀dímọ̀dí não era uma pessoa normal.

Quando ela nasceu, os eventos que aconteceram em torno dela e de todo o mundo confirmaram que ela não era um ser humano comum. Durante a cerimônia Ìkọsẹ̀dáyé, o Awo que estavam lá para realizar os ritos colocou ênfase no fato de que o bebê foi especialmente dotado de qualidades únicas e de poderes do orun. Ela não podia, e não deve ser casada com uma pessoa comum, quando ela crescesse para a sua maturidade.

Eles a chamaram de Ọ̀rọ̀ mọ̀dímọ̀dí , também conhecida como Odù.


Odù estava abaixo da média em beleza e aparência física. Ela era muito ciumenta das outras mulheres. Numa fase de sua vida, Odù só poderia ser encontrada no meio dos homens, como resultado de seu ciúme por seus colegas mulheres.


Todos aqueles ao seu redor estavam convencidos de que Ọ̀rọ̀ mọ̀dímọ̀dí era dotada de poderes espirituais extremamente elevados. Ela aplicou esses poderes para ajudar seu pai Olówu Ṣàkoorogbále para ter sucesso e tornar-se grande na vida. Outros homens que se aproximaram dela para serem ajudados foram igualmente assistidos.


Quando ela estava amadurecida o suficiente para ir para o mercado de casamentos, muitos homens, no entanto, a temiam. Eles sabiam que não podiam suportar sua proeza espiritual. Foi por isso que seu pai Olówu Ṣàkoorogbále se aproximou Ọ̀rúnmìlà para ele se casar com ela, em conformidade com a orientação de Ifá, durante sua Ìkọsẹ̀dáyé, que nenhum homem comum poderia se casar com ela.


Ọ̀rúnmìlà consultou Ifá e Ifá lhe deu o sinal verde para se casar com ela. Ifá no entanto advertiu que ele deve chamar esta mulher e pedir-lhe para ela lhe dizer que ela gostava e o que não gostava antes de ela entrar em sua casa.


Como resultado deste aviso de Ifá, Odù foi convidado pelo Ọ̀rúnmìlà para uma discussão um-para-um. Ela pediu a Ọ̀rúnmìlà para encontrá-la na casa de seu pai em uma data especificada. Quando se conheceram, ela prometeu a Ọ̀rúnmìlà que ela iria assisti-lo ao sucesso e grandeza. Ela disse que ninguém seria capaz de vencê-lo. Ela disse que nenhum dos seus companheiro Irúnmole seriam tão grande quanto ele. Ela disse que adorava ser paparicada, adorada e respeitada por seu futuro marido. Ela concluiu que ela não gostava de ser visto por outras mulheres - como uma questão de fato, ela nunca iria tolerar ser vista por qualquer mulher em terra. Ela colocou ênfase no fato de que qualquer mulher que se atrevesse a vê-la, encontraria com uma terrível consequência.


Quando ela disse isso, Ọ̀rúnmìlà disse-lhe que ele já estava casado com muitas mulheres, em consequência disso, ele teria de discutir isso com as suas outras mulheres antes que ele pudesse dar-lhe qualquer resposta sobre seus gostos e desgostos. Ọ̀rọ̀ mọ̀dímọ̀dí concordou com ele. Outra data foi fixada para uma nova rodada de discussão antes de Ọ̀rúnmìlà partir para sua casa.


Em casa, Ọ̀rúnmìlà convocou todas as suas mulheres e explicou-lhes o que tinha acabado de ser conversado entre ele e Odù. Disse-lhes que Odù foi intransigente sobre o aspecto de que nenhuma mulher deve vê-la. Pediu-lhes para dizer-lhe a sua opinião verdadeira e consciente de que se elas sentiram que poderiam acatar o pedido incomum de Odù, e se não, ele estaria disposto a não de casar com ela.


Todas as mulheres disseram Ọ̀rúnmìlà que não havia nada de espetacular com isso. Elas disseram que desde que a mulher não estava preparada para vê-las ou ser visto por elas, elas também não estavam prontos para vê-la. Elas pediram a Ọ̀rúnmìlà ir em frente e casar com Ọ̀rọ̀ mọ̀dímọ̀dí.



Quando Ọ̀rúnmìlà e Odù se encontraram novamente, ele disse a ela que não havia nenhum problema. Odù disse Orúnmlla voltar para casa e confirmar isso muito bem. Três vezes chamou Ọ̀rúnmìlà suas esposas para perguntar-lhes se elas estavam certas de que elas seriam capazes de lidar com Ọ̀rọ̀ mọ̀dímọ̀dí e três vezes todas elas disseram que não havia problema. Por este motivo, o casamento foi contraído.


Quando Ọ̀rọ̀ mọ̀dímọ̀dí mudou para a casa Ọ̀rúnmìlà, a ela foi dada uma sala no extremo da casa. Ela amava o arranjo e todas as outras mulheres adoraram também. Durante seis meses, eles viveram juntos sem problema.


Um dia, no entanto, uma das mulheres na casa de Ọ̀rúnmìlà chamou as outras mulheres e disse lhes que era um grande insulto para uma mulher, ter que se submeter a mais nova esposa desta maneira, pedindo-lhes para não a verem e e estabelecendo para elas, esposas mais antigas uma regra! Ela disse que ficou claro que essa mulher estava usando um truque sobre elas para que ela evitasse de participar das tarefas domésticas. Para adicionar pimenta a ofensa ela lembrou que eram elas que cozinhavam para ela, buscavam-lhe água, varriam a casa e lavavam a roupa para ela!

Ela alegou Ọ̀rúnmìlà fora enganado ao aceitar as regras da mulher. Ela acusou Ọ̀rúnmìlà de dançar as músicas para a mulher mais jovem. Como poderia Ọ̀rúnmìlà permitir que essa mulher mais nova ser capaz de ditar regras às pessoas mais antigas da casa? A situação deve ser tratada e corrigida!


Algumas das outras esposas admitiram que houve uma melhoria significativa em suas vidas no pouco período pouco que Odù entrou na casa. Eles sentiam que tal benefício deveria ser considerado antes de tomar qualquer decisão contra a mulher.



E daí? a outra mulher gritou. Foi isso o suficiente para ela ser a única a dar ordens na  casa? Ela deve ser colocada em seu devido lugar! ela declarou.

Uma delas sugeriu que elas deveriam enfrentar Ọ̀rúnmìlà e pedir-lhe para encontrar solução para o problema. Três outras mulheres disse que Ọ̀rúnmìlà não podia fazer nada porque sua cabeça estava permanentemente na axila da mulher. A mulher, Odù era quem controlava Ọ̀rúnmìlà. 

Se houvesse qualquer solução, ela deveria ser encontrados pelas mulheres. E, foi assim que todos elas concluíram que todas elas iriam conhecer a mulher, arrastando-a para fora do quarto dela e fazê-la a participar nas tarefas domésticas. Se ela era temida pelo seu marido, elas não tinham medo dela, todos elas assim concluíram.



Uma vez que  Ọ̀rọ̀ mọ̀dímọ̀dí estava vivendo na sala no extremo da casa, o lugar estava sempre escuro. Eles passaram a olhar para as luzes que acendiam para vê-la em seu quarto. Ela estava vivendo na escuridão desde que havia chegado nessa casa. A mais velha das esposa disse a todas as outras mulheres para trazerem as suas lâmpadas de seus quartos. Elas fizeram. Ela declarou que elas deveriam arrastar Ọ̀rọ̀ mọ̀dímọ̀dí fora naquele mesmo dia para expor a sua face. Sim! todos elas disseram em coro, e elas partiram.

Elas invadiram seu quarto com as suas lâmpadas e concentraram as lâmpadas em sua cara. O que elas viram foi indizível e indescritível. Naquele mesmo instante, todas elas desabaram, caíram mortas!



Quando Ọ̀rúnmìlà chegou em casa, ele sentiu algo terrível tinha acontecido, ele não conseguiu encontrar nenhuma das suas esposas. Ele chamou-as e não havia ninguém para responder. Ọ̀rọ̀ mọ̀dímọ̀dí não deixou seu quarto. Ọ̀rúnmìlà se moveu para dentro só para encontrar os corpos das mulheres empilhados uns sobre os outros na porta de Ọ̀rọ̀ mọ̀dímọ̀dí. Quando ele percebeu que elas estavam todas mortas, a dor tomou conta dele. Ele gritou e acusou Ọ̀rọ̀ mọ̀dímọ̀dí de introduzir agonia em sua casa, dizendo:

Oro, eu não entrei em aliança com você para a morte
Nem eu negociei para ter aflição
E eu não acordei com você que minha casa seria incendiada

Quando Ọ̀rọ̀ mọ̀dímọ̀dí ouviu isso, ela simplesmente respondeu assim:

É verdade que você não entrou em aliança comigo para a morte 
E que você não fez barganha para aflição
Mas você também não me disse que a luz seria levado a olhar na minha cara!

Foi assim que Ọ̀rúnmìlà soube que as mulheres de sua família foram as que trouxeram luzes para o quarto de Odu para olhar para seu rosto em desafio. Isso foi o que provocou-a para atacá-las.

As folhas de Ọ̀dundun são grossas ao toque
as folhas de Tẹ̀tẹ̀rẹ̀gùn são longos e grande na aparência 
Se você olhar para Adẹ́tẹ̀. As folhas do Cactus
E olhar para as folhas Ọ̀dundun
Eles se parecem exatamente o mesmo
Estas foram declarações de Ifá para Ọ̀rúnmìlà
Quando ele foi se casar com Ọ̀rọ̀ mọ̀dímọ̀dí
A descendência de Olówu Ṣàkoorogbále
Ele foi aconselhado a oferecer ebo
Ọ̀rúnmìlà começou a cantar e sua música se tornou uma canção de lamentação, ele disse:
Ọ̀rọ̀ mọ̀dímọ̀dí, eu não entrei em aliança com você para a morte
Nem eu negociei para ter aflição
E eu não acordei com você que minha casa seria incendiada
É verdade que você não entrou em aliança comigo para a morte 
E que você não fez barganha para aflição
Mas você também não me disse que a luz seria levado a olhar na minha cara!

Ifá diz que não importa o que aconteça nenhuma mulher deve ser autorizado a ver Odù ou possuir Odù. Foi Odù ela  mesma, uma mulher companheira, que decretara contra a ser visto por qualquer mulher. 


Finalizando, lembro que no Ifa cubano o assentamento de Odu é substituido por um chamado de Olofin. Nestes momentos é impossível não deixar de fazer alguns comentários sobre estas coisas.

A primeira coisa a dizer é que os Pataki no Ifá Cubano são as histórias que substituem os versos do Ifá Nigeriano. Os versos de Ifá possuem uma estrutura própria e uma forma de se escrever característica e é isso o que os torna versos. Quando contamos uma história ela é resultado da interpretação de um verso e pode assim ser enriquecida com diferentes detalhes por pessoas distintas. Esses versos refletem os dogmas e conhecimentos da religião.

Os Pataki sao histórias criadas pelos cubanos. Não vem da Nigéria ou de Ifá. Não refletem os versos e não tem equivalência. São criados para justificar suas teses e empre tem como personagens os Orixás, que são presença mais rara nos versos de Ifá nigeriano.. 

Nos versos de Ifá Olofin aparece apenas como um Rei. Em algumas histórias ele inclusive assume atitudes negativas e é punido por isso. os Cubanos criaram uma divindade maior em torno dele e este tratamento inexiste nos versos de Ifá. É como a figura de Oduduwa que os cubanos tratam como feminino e representado pelo negro e isso foi fruto apenas de um erro deles ao usar textos ruins escritos por pessoas que não entenderam a religião Yoruba. Verger explicou isso. Podem verificar no texto postado neste blog:


http://blog.orunmila-ifa.com.br/2011/09/grande-bobagem-sobre-o-mito-da-cabaca.html

quinta-feira, novembro 08, 2012

O sofrimento de Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) em Iwo

A mulher em Ifá - Parte 5






O texto a seguir também faz parte do Odù  Ogbe Oligun. Este texto é muito importante por 2 aspectos.

O primeiro é que é um texto famoso de Ifá e relata a origem do nome Iyawo, que é largamente utilizado no Candomblé. Talvez poucos saibam que tem origem em Ifá com Orunmila (Ọ̀rúnmìlà).

Segundo que ele endereça uma coisa muito chata principalmente no Ifá cubano. Os cubanos são muito esquisitos. Eles inventaram uma mimica associada a cerimônicas que fazem. Existe um tratado de mímica que ensina que gestos devem ser feitos em odus específicos.

Para mim aquilo é coisa de T.O.C.

Além disso adoram proibições. Assim fulano de Odù tal não pode fazer tal coisa o outro não pode fazer aquilo, etc... são centenas de proibições. Parece até Candomblé.

No Candomblé ao invés das pessoas se preocuparem com o bem do outro ficam mais preocupados em proibir coisas. Claro que proibições fazem parte de dogmas e liturgias, mas, o importante é o que a gente realiza.

Conheço um Pai de Santo no Rio de Janeiro que faz uma lista de proibições para clientes que sentam na mesa dele. A pessoa pode nem ser de Candomblé, foi lá apenas para jogar e ela sai passando proibições que deveriam valer apenas para membros da casa e principalmente Iyawos. Mas ele vai além, a pessoa é abian e já ganha as mesmas proibições de Iyawo, como se tivesse feito Orixá, ou seja, ela não tem direito a nada e já tem direito as proibições. Sabe, se você não tem alguma coisa de bom para falar então é melhor ficar quieto.

Mas, voltando ao Ifá dos cubanos eles também adoram isso.

Gente, sem sentido. Um Babalawo não tem restrições. Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) não tem restrições e não dá restrições para seus Babalawo. Onde já se viu um Babalawo com restrições que o impeçam de fazer o que tem que fazer?  Ainda mais uma pessoa que fica mais tempo sozinha do que acompanhada!

Mas, esse meu ponto de vista é explicado aqui. Assim, leiam até o final. Posso dizer e afirmar que nunca vi em versos de Odù, Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) com restrições ou sendo penalizado por isso. Mas estou falando de versos de Odu e não os pataki.

Acorda gente!


Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) diz que quando ele está com pressa, sua velocidade de ação não é tão rápida quanto o ritmo em que a menor formiga anda ou os movimentos mais rápidos de caracol. Ele diz que mesmo quando ele está se movendo e uma árvore cai para obstruir seu avanço, ele ficará com a árvore caída, até que ela apodreça antes de prosseguir em sua jornada.

Se por outro lado, uma pedra bloqueia seu movimento: ele vai esperar até que a folhagem seja descamada aos montões e se acumule até a altura da pedra, antes de atravessar a pedra usando essa ponte fornecida pela pilha de folhas. Mesmo quando ele decide reagir, ele não o faz diretamente. Ele apela a uma das divindades mais agressivas, como Esu, Ogun, Omolu ou Xango, fazendo-lhes sacrifícios e exortando-os a agir em seu nome.

Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) diz que se ele reage muito cedo, ele vai fazê-lo em três anos e somente quando sua paciência se esgotou Mas quando ele finalmente decide reagir, ele o faz de forma muito impiedosa.

Ogbe suru fornece a ilustração mais clara de como Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) opera neste contexto:

Era uma vez, uma princesa que viveu em Iwo e cuja beleza foi tão cativante que todos os homens de Iwo não foram considerados elegíveis suficiente para ela. Seu pai, o Oba de Iwo tinha dito que não iria forçá-la a desposar ninguém, exceto com um homem escolhido por ela mesma.

Quando o povo de Ifé ouviu de sua fama e beleza, eles decidiram competir pela mão dela em casamento. Ògún foi o primeiro a fazer uma tentativa. Ògún foi para iwo e ante a visão da princesa, ficou completamente nervoso, e ele prometeu fazer de tudo para conquistá-la

Quando Ògún professou amor para ela, ela aceitou-o sem qualquer hesitação. Ela no entanto insistiu que ela tinha de viver com seu pretendente na casa de seu pai, sugestão que Ògún prontamente concordou.

Ela entreteu Ògún elaboradamente nos primeiros sete dias. No terceiro dia da chegada de Ògún a iwo, ela pediu Ògún lhe dizer o que era proibido para ele a fim de diminuir a margem de atrito entre eles.

Antes de Ògún deixar Ifé para ir para  Iwo, ele havia sido avisado para fazer o sacrifício de seu anjo da guarda e Exu (Èṣù), a fim de voltar para casa vivo de sua missão. Ògún se gabou de que uma vez que nenhuma batalha já havia desafiado sua força e bravura que não vê a justificação em fazer todos os preparativos do sacrifício quando ele estava indo se encontrar com uma mulher. Ele não fez o sacrifício.

Em resposta à pergunta da princesa Ògún lhe disse que a ele era proibido o óleo de palma (Adin) e a menstruação. Em outras palavras, ele está proibido de ver  a menstruação de qualquer mulher. Assim que  os sete dias de hospitalidade se foram, a princesa viu a sua menstruação chegar. Ela, então, preparou uma refeição com óleo de palma (adin) para Ògún para comer. Quando ela deu a comida para Ògún para comer, ela deliberadamente se sentou em seu santuário sem segurar o seu fluxo menstrual.

Quando Ògún se sentou para apreciar a refeição, ele descobriu que a sopa foi preparada com óleo de palma. Quando ele levantou a cabeça em fúria para consultar a ela sobre isso ele viu que havia também descarga menstrual em seu santuário, em fúria Ògún levantou-se para golpeá-la e ela rapidamente correu para o apartamento de seu pai por socorro. Quando o pai viu Ògún perseguindo a sua filha, o Oba usou seu AXÉ para conjurar-lhe para parar e rapidamente ordenou Ògún transfigurar na marreta usada pelos ferreiros, que ele é até hoje. Esse foi o fim da tentativa de Ògún para ganhar a princesa de Iwo para sua esposa.

Depois de esperar em vão por Ògún para voltar com a princesa de Ifé, seu irmão júnior Osayin decidiu avançar para Iwo para a dupla missão de procurar Ogún e, se possível, de ganhar a princesa para si mesmo. Antes de ir para Iwo ele também foi aconselhado a fazer o sacrifício de seu anjo da guarda e para oferecer um bode a Exú (Èṣù). Ele também disse  que como o proprietário de todos os medicamentos diabólicos que existiam, seria degradante para ele fazer qualquer sacrifício para qualquer outra divindade. Ele então partiu para iwo.

Ao chegar  a Iwo, ele foi rapidamente apresentado à princesa que ofereceu a ele a recepção inicial e hospitalidade que ela havia previamente tratado Ògún. No terceiro dia de chegada Osanyin, ela também pediu a  ele para revelar a ela o que era proibido para ele, a fim de minimizar o risco de atrito. Em resposta, Osanyin queria saber se ela já conhecia Ògún. Ela confirmou que sim, mas que, em vista da recepção pobre que ela deu para ogun, ele se sentiu muito envergonhado de voltar para casa e decidiu procurar uma nova morada longe de Ifé e iwo. Em um tom de  bajulação ela disse a Osanyin que os olhos de Ògún eram demasiados terríveis para seu gosto e que ele Osanyin de fala mansa, era o seu tipo de homem. Com isso, Osanyin foi desarmado e começou a revelar-lhe que ele era proibido de comer  o óleo de palma e menstruação. Ela assegurou a Osanyin,  confiante como fez Ògún antes dele, que ela apenas fez a pergunta a fim de evitar o risco de qualquer mal-entendido entre eles.

Logo após o termino da lua de mel a princesa começou a sua menstruação. Ela, então, preparou um guisado com óleo de palma para Osanyin para comer. Ela também foi para sua cama para manchá-la com seu fluxo menstrual. Quando Osanyin estava prestes a começar sua refeição favorita, ele descobriu que ela foi preparada com óleo de palma (adin).

Ele então abandonou a comida, lembrando-lhe que ele lhe proibiu o óleo de palma em seu alimento. Ela pediu desculpas a ele, abraçando-o e persuadindo-o a ir a seu quarto para o romance. Mas logo que ele estava prestes a deitar na cama, viu descarga menstrual e acusou-a de tentar matá-lo!

Quando ele tirou sua varinha para amaldiçoar a princesa, ela voltou correndo para o apartamento de seu pai e o pai parou Osanyin com seu machado. O Oba ordenou Osanyin transfigurar em um pote de água, que é o que ele é, até hoje.

Depois de esperar em vão por Ògún e Osanyin voltar para casa, o povo de Ifé intimou Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) para ir em busca deles. Ele então convidou seus AWOS para adivinhação e disseram-lhe que Ògún e Osanyin não eram mais vivos. Ele foi avisado de que antes de ir para iwo, ele deve fazer sacrifício para seu Ifa e dar bode para Exú (Èṣù). Ele foi avisado de que o tratamento muito pobre lhe aguardava em iwo, e que ele preparasse sua mente para nunca para esgotar sua paciência até o fim. Ele fez o sacrifício e, em seguida, partiu para iwo

Em chegando lá, ele começou a dançar na porta de entrada para a cidade, e as pessoas se reuniram para recebê-lo. Posteriormente, a princesa veio e professou o amor a ele. Ele retornou o seu amor e concordou em viver com ela na casa de seu pai. Ela estendeu a hospitalidade habitual para Orunmila (Ọ̀rúnmìlà), e acabou perguntando-lhe o que a ele era proibido. Antes de concordar em responder a sua pergunta, ele perguntou pelo paradeiro de seus irmãos mais velhos, que vieram mais cedo para iwo para pedir a sua mãos em casamento.

Ela disse que Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) que o primeiro era muito agressivo para o seu gosto, enquanto o segundo era muito diabólico para o seu conforto. Foi por isso que ela recusou suas insinuação e, como resultado de suas decepções, eles decidiram nunca mais voltar para visitar Ifé ou pisar na terra de iwo. Ela presume que eles tinham ido para fundar novas casas em outras cidades. Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) não acreditou na história, mas foi o suficiente para colocá-lo em guarda.

Finalmente, ele revelou a ela que ele era proibido de comer rato, peixe, galinha, cabra,  azeite de dende, vinho de palma e a menstruação das mulheres, aliás, exceto pelo último item, todos os outros eram os  alimentos básico de Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) .

Poucos dias depois, a mulher começou a sua menstruação e ela preparava a comida com ratos para Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) e sentou-se diretamente em seu santuário Ifa. Quando Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) viu o rato na sua comida, ele perguntou por que ela deu a ele o que ele proibiu. Ela explicou que era porque não havia carne em casa. Após uma profunda reflexão, Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) lhe disse, a essência do casamento é o compartilhamento de dores e prazeres mútuos. É por conta de sua amada que se come o que se proíbe. Por que eu deveria ter medo da morte, quando eu tenho a rainha da beleza do meu lado. Com essas observações amorosas, ele abraçou a mulher e decidiu comer o rato para agradá-la. Depois de ter comido, como ela se levantou de onde ela se sentava em seu santuário, para recolher os pratos, Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) viu que o pano branco adornando o seu santuário, tinha sido manchada com descarga menstrual, mais uma vez, ela pediu desculpas a ele, alegando que a descarga veio inesperadamente. Ele perdoou prontamente e saiu para lavar a roupa suja.

A princesa ficou intrigada. Um após o outro, a mulher deu-lhe, cada um o que Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) lhe disse que ele proibiu, mas ele se recusou a perder o seu temperamento. Depois de esgotar a lista de alimentos proibidos Orunmila (Ọ̀rúnmìlà), e ele não perder seu temperamento, a princesa de iwo decidiu, em um ato completamente nova provocação, ela convidou um amante de fora para vir visitá-los sob o pretexto de ser uma pessoa de sua relação. Na noite, o amante fez amor com ela diante dos olhos de Orunmila (Ọ̀rúnmìlà). Isso foi exatamente três anos após Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) estava morando com ela.

Na manhã seguinte, Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) foi buscar água para o amante ter o seu banho. Como ele estava prestes a sair, Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) sugeriu que ele se juntasse a sua mulher para que esta o acompanhasse.

Já era tempo para ele reagir.

Assim que eles estavam fora da cidade, ele invocou Exú (Èṣù) para intervir. Exú (Èṣù) usou a sua própria cabeça para constituir uma pedra  no caminho, e o amante, que estava na frente, bateu o pé sobre ela, e caiu. Ao mesmo tempo, Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) apontou o Uranke para ele e ele transfigurou-o em um caracol, que ele rapidamente quebrou e usou para limpar o corpo da mulher da  poluição que ela recebeu do intruso

Quando voltou para casa, a princesa, que tornou-se muito assustado com a coragem deste pretendente infinitamente paciente e foi para seu pai para proclamar que ela havia encontrado o marido que ela concordava em se casar. Seu pai rapidamente convidou Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) e sua filha e ambos professavam que eles estavam dispostos a tornar-se homem e mulher.

No mês seguinte, ela ficou grávida. foi nessa fase que Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) buscou a permissão de seu pai-de-lei para voltar à sua cidade natal, ifé com sua esposa. Ele concordou prontamente. Em chegar em sua casa em Ife, ele introduziu a esposa como iya ile iwo - o que significa o produto de meus sofrimentos em Iwo. Esta é a origem ou a palavra iorubá "iyawô", que significa uma esposa.

Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) então compôs uma música especial em louvor a perseverança, e fez uma festa de júbilo para o sucesso de sua missão de três anos sobre a Iwo.

Essa experiência também foi para confirmar uma filosofia fundamental Ifá que se um homem revela o que ele proíbe a sua esposa, é exatamente o que ela vai fazer com ele quando ela planeja desfazer dele.

A pessoa que não proíbe nada apenas prolonga a sua vida. É por isso que Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) não proíbe nada para seus Babalawo.

quarta-feira, novembro 07, 2012

A Traição de Apetebi A mulher em Ifá - Parte 4

A Traição de Apetebi 

A mulher em Ifá - Parte 4


Eu tenho muito orgulho de publicar alguns textos neste Blog. Existem textos aqui que refletem bases profundas da religião, dogmas ou fundamentos importantes. No meio de tanta besteira, coisa inventada, frivolidades e superficialidades que se fala e escreve, alguns textos devem nos remeter a uma análise séria. Este aqui é um deles.

Para entender o modo de Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) deve-se conhecer este texto. Não é uma coisa isolada. De tudo que li de versos a atitude de Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) é sempre a mesma.

Esta história faz parte do Odù  Ogbè Oligun. Foi extraído da obra de Osamaro Ibie, composta de vários livros e que recomendo que seja adquirida.


Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) e a paciência


Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) diz que, para seguir seus caminhos é preciso aprender a arte da paciência e da perseverança. Ele diz que medicamentos e feitiços podem falhar, mas a eficácia da paciência é tão constante como a existência do céu e da terra.


Paciência, diz ele, exige paciência, é claro, mas também a capacidade de resistir à tentação de vingar um mal-fazer. 


Se alguém está ofendido com as ações dos outros, não é esperado para reagir através de vingança, mas, deixar isso para o julgamento das divindades que o protegem e nos assistem a todos, que certamente irão intervir do lado da justiça. 


Por qualquer motivo, as pessoas são motivadas a ficarem irritadas o mais frequente e rápido possível. Contudo este temperamento, não devem ser autorizados a estender por mais do que uma sono, porque o calor da água fervida não dura do crepúsculo ao amanhecer.


Embora Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) nunca perdoe aqueles que seduzem sua esposa, ele não deixa de ser impassível em sua atitude para esta sedução. Qualquer pessoa que seduz sua esposa, assim como a mulher que se permite ser seduzida pagará caro no final, por sua transgressão.


Ewure, a esposa de Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) gostava de dizer-lhe que ela tinha muitos admiradores, muito mais atraente do que ele mesmo. Um dia, a esposa desafiou-o que um admirador há muito flertava com ela, e que, se ele não permitir que ela "coabita-se” com o homem, ela iria deixá-lo para se casar com o homem.


Alaminagun, Ajaminagun, Emietiri, Eyiteemaari looni yiojutire, miilo adifa fun Apetebi Orunmila nijo toun lofe ale. Esse é o nome do Awo que fez divinação para a esposa de Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) quando ela queria flertar com um amante.
Orunmila (Ọ̀rúnmìlà), quando foi confrontado com o ultimato de permitir que sua esposa a flertar com outro ou deixá-lo, ele lhe disse que ela estava livre para convidar seu amante para a sua casa, em vez de arriscar o perigo de perder a sua vida por se envolver em infidelidade secreta.


A esposa perguntou se existia algum homem que fosse capaz de desafiar a vermelhidão dos seus olhos para seduzir sua esposa. Ele, contudo, respondeu que ela tinha sua sua total permissão para trazer o amante para a casa. Ela, então, vestiu-se e foi para a casa de seu amante, e convidou-o para sua casa matrimonial. 


O homem nunca suspeitou que ela era a esposa de Orunmila (Ọ̀rúnmìlà), sua Apetebi (Apẹ̀tẹ̀bí). Ao chegar na casa o amante foi convidado por Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) para aproveitar a comida que havia preparado para ele. Ele também arrumou sua cama e acenou para sua mulher para ela deitar na cama com o amante, enquanto ele foi dormir em outro quarto.
Depois de deitar-se, a mulher acariciou o amante para fazer amor com ele. Depois de hesitar por um longo tempo, o homem se recusou a ter relações sexuais com ela, porque ele não sabia quais eram as intenções do marido. 


Antes do amanhecer. o amante fugiu, mas não antes de Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) ter ido buscar a água do rio para sua mulher e seu amante tomarem seus banhos. Tendo feito isso, ele saiu para visitar seus amigos.


Quando Apetebi (Apẹ̀tẹ̀bí) percebeu que era por medo de Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) de que o amante a quem ela tanto gostava recusou-se a fazer amor com ela, ela saiu de manhã para trançar seu cabelo com um determinado penteado chamado SHUUKU, tendo dois grampos perpendiculares usados em tecelagem. Depois disso ela saiu de casa para se estabelecer com o amante, como havia ameaçado. Ela passou exatamente três anos com o amante tempo durante o qual Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) não fez nada. 


Enquanto isso, as outras divindades estavam começando a ridicularizar Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) por sua falta de coragem de lutar de volta, depois de que um companheiro seu tinha seduzido sua esposa. O sedutor acabou por ser Sapana, a divindade das epidemias. No terceiro aniversário de sedução de sua esposa, Ògún veio até ele e acusou-o de ser um idiota e imbecil. Ele retrucou perguntando a Ògún se ele estava irritado, como resultado da ação de sua esposa. Ògún respondeu dizendo que se qualquer divindade o tivesse ofendido de forma semelhante ele reagiria com a ferocidade de um leão ferido. Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) então pediu Ògún para lutar em seu nome, se ele sentiu que sua raiva era irresistível. 


Ògún perguntou a Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) qual seria sua recompensa? Se ele forçasse sua esposa a voltar para ele. E, Orunmila (Ọ̀rúnmìlà), respondeu que ele o compensaria com um galo. 


Na noite seguinte, Ògún esperou a mulher cair em sono profundo. Ele então foi para o quarto da mulher e bateun a cabeça dela com uma marreta. Imediatamente ela desenvolveu uma dor de cabeça. A dor de cabeça se tornou tão grave que a mulher entrou em coma e Sapana fui para a adivinhação, naquela mesma noite. Foi solicitado a ele para dar um galo o ex-marido da mulher Orunmila (Ọ̀rúnmìlà). Na manhã seguinte, ele deu uma galo a Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) que o deu para Ògún para compensá-lo pelo trabalho que tinha feito. 


A mulher ficou bem, mas ela não voltou para a casa de Orunmila (Ọ̀rúnmìlà).
Poucos dias depois, Ṣàngó, a divindade do trovão veio a incomodar Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) perguntando porque ele não usava seus poderes para ter sua esposa de volta?. 


Mais uma vez, ele disse a Ṣàngó que ele só se tornaria irritado se Ṣàngó também se mostrasse que ele também estava irritado. Ṣàngó confirmou que ele não estava apenas irritado, mas profundamente envergonhado de que uma divindade júnior poderia tratar Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) com uma ofensiva tão mesquinha e ainda ter impunidade. Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) disse o que Ṣàngó poderia para fazer para demonstrar sua raiva. Perguntado sobre qual seria sua remuneração se ele conseguisse trazer de volta a mulher, Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) confirmou que ele iria compensar Ṣàngó com um galo. Com isso, Ṣàngó partiu para casa de Sapana.


No meio da noite, a chuva começou a ameaçar e as nuvens estavam carregadas. Esposa de Ṣàngó, Oya colocava a luz na forma de raios para Ṣàngó poder identificar seu alvo. Sango entrou na casa de Sapana e rugiu no peito da mulher e assim ela teve um ataque cardíaco que imediatamente fez ela ficar inconsciente. Uma vez mais, Sapana fui para uma adivinhação, apressadamente, e foi-lhe dito para enviar um segundo galo segundo seu o ex-marido da mulher. Sapana foi com o galo para Orunmila (Ọ̀rúnmìlà), que por sua vez o deu para Ṣàngó.


Uma vez mais, a mulher ficou bem, mas, ela não retornou para a casa de Orunmila (Ọ̀rúnmìlà). As divindades ferozes tinham esgotado as suas capacidades sem realizar seus objetivos. Era hora de Orunmila reagir, ainda que por procuração. 


Ele, então, convidou Èṣù, seu árbitro favorito, e prometeu a ela uma galinha para ele trazer de volta Apetebi (Apẹ̀tẹ̀bí) apenas para com isso salvar a sua dignidade divina. Prometeu-lhe dar um bode, depois que a mulher infiel voltasse à sua casa.


Depois de comer a galinha, Èṣù se mudou para o quarto da mulher nas primeiras horas da manhã. Ele amarrou as mãos e os pés, garganta e peito, e bateu na sua cabeça. Ela entrou em coma. Quando Sapana acordou de manhã, ele observou que sua esposa ainda estava aparentemente dormindo. Era luz do dia e ela ainda não estava de pé. Ele, então, foi para o seu quarto, apenas para encontrá-la inconsciente. Ele fez de tudo para acordá-la, mas ela não podia nem falar.


Naquele momento Sapana entendeu que estava lutando uma batalha sem chance de vitória. Ele juntou suas coisas e foi à casa da mãe de Apetebi (Apẹ̀tẹ̀bí) e pediu para que ela fosse à sua casa e pegasse o corpo inerte de sua filha. Depois disso ele correu para a floresta onde permanece até hoje.


De sua parte a mãe vendo a condição de sua filha correu para Orunmila (Ọ̀rúnmìlà), para ele salvar a vida de sua filha. Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) pediu a ela um Bode o qual ele Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) deu para Èṣù.


Depois do sacrificio Apetebi (Apẹ̀tẹ̀bí) recuperou a consciência porque Èṣù tirou dela todos os laços que havia dado. Tão logo ela ficou bem para ficar de pé ela se ajoelhou frenta a Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) e pediu perdão por tudo de errado que ela tinha feito.


Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) apontou seu cajado em direção a ela. Ele disse que ela havia com seus atos desgraçado a honra dele, a masculinidade e sua autoridade divina, ao ter desafiada a sua autoridade como marido. Ela levou 3 anos para desfazer sua transgressão e somente quando ela estava entre a vida e a morte ela se arrependeu.


Por esta razão ela sempre vai ficar nesta posição que esta agora na sua frente, com joelhos e mãos no chão. Os 2 grampos de cabelo que ela usou quando saiu de casa vai ficar para sempre na sua cabeça como chifres.


Com essa proclamação, Ewure, pediu pelo perdão de Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) chorando “moobee, moobee, moobee”. Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) a transfigurou em um cabrito chamado Ewure. O seu choro permanece até hoje como o berro do cabrito.

Orunmila aconselha perseverança em tudo o que seus seguidores fazem. Eles não devem por sua própria vontade vingar qualquer mal feito a eles por outros. Ele não quer que seus seguidores a se envolver em atos diabólicos especialmente aqueles destinado à destruição de outras pessoas. Ele aconselha em um poema que aqueles que tomam as almas dos outros também vão pagar com suas próprias almas ou com as de seus filhos e netos
Ele insiste que ele estara em uma posição melhor para proteger seus filhos, se eles não tomarem as leis da natureza em suas próprias mãos.

terça-feira, novembro 06, 2012

Ọ̀ṣun a esposa de Orunmila (Ọ̀rúnmìlà)

A mulher em Ifá - Parte 3


Talvez uma mulher de Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) que merece muito destaque é Ọ̀ṣun. Por um longo tempo, ela foi casada com Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) e através dela, muitas práticas que foram abençoados por Olódùmarè se tornou institucionalizada. Existe no texto sobre eerindinlogun grande referência a importância de Ọ̀ṣun e sua ligação com Ifá.

Foi Ọ̀ṣun que trouxe um programa de iniciação especial chamado 'IFA Elegan (Ifá Ẹlẹ́gán). Isto foi o resultado do fato de que Orunmila (Ọ̀rúnmìlà), seu marido, era uma pessoa que viajava frequentemente. Era Ọ̀ṣun, sua esposa que estaria em casa para tratar as pessoas e atender às suas necessidades, tanto médica como espiritual. 
 
Isso tem duas implicações decisivas, Ọ̀ṣun tinha que fazer alguma coisa para salvar a vida das pessoas e, ao mesmo tempo, manter a consistência de regra e retidão de procedimento que a casa de Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) era conhecida. 

Entre as pessoas que vieram ao seu encontro estavam os interessados em serem iniciados para Ifá. Mas, desde que Ọ̀ṣun é uma mulher ela está proibida de ver Odu (ou Olofin). A entidade sagrada do oráculo de Ifá não pode ser vista, exceto se a pessoa é um homem, se ele é iniciado e que lhe seja dado o antídoto para reduzir o efeito da energia que 'Ile Odù' pode ter ao verter sua energia em cima dele.

De acordo com Ifayemi, uma pessoa que é iniciada sem ver Odù será uma Ẹlẹ́gán. Este é o principal modo de iniciação para mulheres mas homens também sê-lo, dependendo do Odù que recebem. Se a pessoa vê Odù então ela será Olodù.

Existe ainda um outro tipo de iniciação, chamada Agbàmátẹ̀, que são aqueles que recebem os Ikin sem necessariamente adquirir conhecimento de Ifá. Podem estar envolvidos em liturgias mas não serão sacerdotes completos.

Ọ̀ṣun também seria lembrada pelos passos que ela tomou durante uma longa ausência de seu marido para salvar as vidas de alguns vizinhos. Tornou-se necessário para ela falar com o Ifá de seu marido sobre os problemas que as pessoas tinham. 

O verso de Ifá diz que Ọ̀ṣun levou quatro peças de búzios do Ifá de seu marido, orou sobre elas e pediu as bênçãos do espírito de seu marido para entrar nos búzios. Nesta época ela ainda não sabia como divinar usando os Ikin. 

Ela, então, usou os Ibo para perguntar qual era o problema, doença, esterilidade ou aborrecimento que a pessoa trazia para ela. Um após o outro, ela iria testar todas as coisas que ela viu seu marido escolher para cada caso. 

Uma vez que o Ibo e os búzios diziam “sim”, ela iria pedir a pessoa para trazer os itens específicos, colocá-los todos em cima de Ifá de seu marido e dizer para a pessoa ir embora. E assim eles ficavam curados. Então Ọ̀ṣun continuou por muito tempo fazendo isso até o retorno de seu marido.

Quando Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) retornou ele via na sua sala muitas nozes de kola, no quintal, viu cabras de diferentes tamanhos e sexos, as galinhas eram incontáveis. 

“Quem possui tudo isso? " Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) perguntou surpreso. 

"Eles são todos os presentes de Ifá que coletei usando estes búzios". Ọ̀ṣun respondeu o marido mostrando os búzios que ela estava usando. Ela também contou os sucessos que ela tinha alcançado.

Na próxima vez que Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) visitou Olódùmarè para dar relatório do que estava acontecendo na Terra, ele narrou o que Ọ̀ṣun havia conseguido usar os búzios e contou sobre todos os itens do presente que ela obteve através de Ifá.

Olódúmarè disse para Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) para dar a Ọ̀ṣun 16 Odù semelhantes à adivinhação por Ifá.
"Ela pode usar estes Odù e búzios para o tratamento de clientes que vieram para ela, enquanto você estiver fora da cidade". 

Assim, a adivinhação com 16 búzios começou com Ọ̀ṣun, conforme esta descrito em versos similares de Wande abimbolá descritos na postagem sobre o Eerindinlogun. Esta história aqui é de Ayo Salami.



É importante em Ifá a inteligência e perspicácia em entender a analisar os versos e histórias. Além disso um conhecimento geral da religião e de mais versos torna a compreensão muito maior.

Observem que esta história, narrada aqui, mas já transcrita anteriormente, Fixa a relação de Ọ̀ṣun com Ifá e do oráculo dos búzios com Ifá. Além disso abre a possibilidade de um tipo de iniciação especial, que permite a mulheres se utilizarem de Ifá através de búzios.

Elas serão Elegan (Ẹlẹ́gán), não terão a capacidade ou formação de um Bàbáláwo mas poderão exercer o seu papel. Esta aplicação é bem diferente da atribuição comum dada a uma Apetebi (Apẹ̀tẹ̀bí) que fica encarregada apenas de limpeza e cozinha. Mas de nenhuma forma torna as mulheres equivalentes aos homens no culto.

Uma interpretação mais radical poderia inclusive dizer que como Ọ̀ṣun realizou as coisas através do Ifá de Orunmila (Ọ̀rúnmìlà), seu marido, esta função mais completa poderia estar reservado a esposas de Bàbáláwo, que se utilizariam do Ifá do marido e não de mulheres independentes de Bàbáláwo exercendo Ifá.

domingo, novembro 04, 2012

A origem do nome  Apetebi (Apẹ̀tẹ̀bí)

A mulher em Ifá Parte 2

Apetebi, é um outro nome para as esposas dos Bàbáláwo. Os acontecimentos que envolveram o surgimento do nome estão registrados em um verso sob o Odù Obara Ogunda (Ọ̀bàrà ègún tán). O versículo diz assim:

Ọ̀bàrà ègún tán
A maldição esta encerrada
Fechando a porta com firmeza contra qualquer maldição futura
Eles são os que consultaram Ifá para o pilão
Eles são também os que consultaram Ifá Orunmila (Ọ̀rúnmìlà).
No dia em que estava embarcando em uma viagem de adivinhação para a casa de Àsedó 


Orunmila (Ọ̀rúnmìlà)recebeu uma mensagem de que ele devia embarcar em uma viagem a uma cidade chamada Àsedó. O rei da cidade o havia convidado para vir e fazer adivinhação para ele e para todos os habitantes. Na verdade, ele deveria ir e ficar com eles por um tempo como seu sacerdote-chefe de Ifá.

Como de costume, Orunmila (Ọ̀rúnmìlà), antes de começar a viagem, foi ao encontro com os seus sacerdotes que fizeram adivinhação para ele Nenhum outro Odù de Ifá foi visto que não Ọ̀bàrà Ògúndá. 


Os Bàbáláwo interpretaram os versos e disseram que ele estaria indo em uma viagem para um lugar distante. "Há muita boa sorte para você no caminho e no local para onde vai. Mas você deve oferecer sacrifício de modo que sua prosperidade tenha um aumento monumental em sua vida ", Assim os Bàbáláwo previram. "Quais são as coisas que eu devo oferecer? Orunmila perguntou. Centenas de ratos, centenas de peixes, aves e animais, disseram os Bàbáláwo.

Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) ofereceu o sacrifício e todas as coisas correram bem. Pouco depois, ele partiu para a terra de Àsedó. Ele já tinha viajado muito quando o céu ficou preto e as nuvens pesados de chuva. "Onde eu vou me abrigar? Eu não passei por qualquer aldeia, e a cidade que eu estou indo para é ainda uma longa distância ". Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) começou a correr na esperança de encontrar uma casa de fazenda para o abrigo. Enquanto ele corria ele sentiu cheiro de fumaça e tentou rastrear a sua fonte. Ele, então, viu uma pequena cabana e correu em direção a ela. Antes de cobrir metade da distância, a chuva começou e ele estava encharcado dentro de segundos, mas conseguiu chegar até a casa. Quando ele entrou, ele encontrou uma mulher muito bonita, iluminada somente pelo fogo do forno. Ela cumprimentou-o calorosamente e rapidamente tirou a carga da cabeça de Orunmila. De onde você vem para ter pego por este tipo de chuva?

Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) explicou a ela que ele estava indo para a cidade de Àsedó onde ele havia sido convidado pelo rei. Ela logo terminou sua culinária e ambos comeram com satisfação. "Onde estão os outros? Orunmila perguntou, notando que ninguém mais tinha aparecido no meio da densa floresta. Eu sou a única aqui, eu logo estaria deixando a casa para ir para a cidade ", disse ela. Orunmila (Ọ̀rúnmìlà), vendo isso como uma oportunidade, cortejou-a e desde que a noite já estava caindo e a chuva não acalmava ele resolveu ficar com ela até o dia seguinte. Durante a noite, eles fizeram amor apaixonadamente. Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) acordou cedo no dia seguinte para sair. Ele já estava tentando fazer perguntas pertinentes sobre ela e como eles poderiam encontrar novamente, quando ele percebeu manchas brancas em sua pele e seus dedos perplexo! "Ela é uma leprosa". Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) interrompeu a sua história e, segurando sua bolsa debaixo da axila, saiu correndo e foi para a cidade de Àsedó, sem sequer perguntar o nome da mulher.

Quando Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) chegou a Àsedó, ele começou a executar trabalhar com Ifá para o rei os habitantes de toda a cidade. Como ele estava realizando adivinhação e eles estavam oferecendo sacrifícios; os doentes eram curados, as estéreis foram se tornando mães e as crianças foram crescendo.

Em alguns casos, Ifá falou sobre suas filhas, que deviam ser dadas a um Bàbáláwo como esposas. As moças foram dadas em casamento a Orunmila (Ọ̀rúnmìlà).

Enquanto isso a mulher leprosa não sabia que Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) tinha visto sua pele leprosa. Poucos meses após o seu encontro, ela descobriu que estava grávida e ela não tinha feito sexo com nenhum outro homem.

Ela esperou notícias Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) por mais de dois anos. Ela já estava decepcionada e com raiva. Todas as manhãs, ela colocava água na frente de si mesma e fazia uma chuva maldições sobre o homem que a engravidou.

Enquanto isso Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) ficou na terra de Àsedó por muitos anos com suas novas esposas sem que qualquer uma delas ficasse grávida. Ele tentou todos os meios para isso e não adiantou.

É a mim mesmo que todas as mulheres tem vindo nesta cidade para ter filhos e todas elas ficam grávidas. Por que as minhas esposas são estéreis? Ele ficou tão envergonhado com isso que decidiu visitar um outro sacerdote Ifá.

Quando o Odù de Ifá foi lido para Orunmila (Ọ̀rúnmìlà), ele foi informado de que a incapacidade de suas esposas para engravidar foi devido a algum negócio inacabado em algum lugar.

"Há uma certa pessoa que está chovendo maldições sobre sua cabeça", o Awo disse a Orunmila (Ọ̀rúnmìlà).

E, a menos que a situação seja resolvida e as maldições removidas as suas esposas não irão engravidar ", concluiu ele. Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) não se lembrava da mulher leprosa, havia sido tão rápido e a tanto tempo, mas, ofereceu os sacrifícios prescritos pelo Bàbáláwo.

Ele ofereceu cada um das prescrições de IFA 16 vezes. Através dos meios de Olodumare que ninguém pode explicar, o sacrifício moveu a mulher de dentro da floresta densas, um dia depois de completar todos os sacrifícios, e ela foi para a cidade, segurando a mão da menina que ela tinha tido com Orunmila (Ọ̀rúnmìlà).

"Ele me disse que estava indo para a cidade de Àsedó. Deixe-me ir procurá-lo, pelo menos, eu serei capaz de reconhecê-lo ", pensou ela.

O mesmo sacrifício também fez sua vinda para coincidir com o dia em que o rei estava organizando uma festa para Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) por que estava prestes a partir para Òkè Ìgẹ̀tí, em Ilé Ifẹ̀. Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) caminhava ao lado do rei, acompanhado por centenas de outros sacerdotes a quem ele havia ensinado e iniciado para Ifá na cidade de Àsedó, os habitantes da cidade estavam dançando.

De longe, a mulher leprosa viu Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) acenando para toda aquela gente feliz. Ela reconheceu Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) como o pai de sua filha. Ela abriu caminho através da multidão até que ela ficou diante de Orunmila (Ọ̀rúnmìlà).

“O que você fez para mim é muito ruim ", disse ela, ao bloquear o caminho de Orunmila (Ọ̀rúnmìlà).

"Esta criança é o resultado da nossa relação sexual há dois anos".

Memórias passaram pela mente de Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) e ele rapidamente ligou a mensagem de seu Bàbáláwo com o encontro que teve com a mulher. Ele baixou a cabeça em pensamento. Os guardas avançaram para afastar a mulher, mas, Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) os parou.

“Por favor, levem na e limpem a para mim. É uma longa história ", disse ele para o desespero de todos.

Foi assim que Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) levou a mulher, incluindo a criança a Òkè Ìgẹ̀tí. Na chegada, ele chamou todos os Bàbáláwo de Ilé Ifẹ̀ para ajudá-lo a curar a mulher.

“Ela é minha mulher e isso é uma vergonha para mim e para o minha filha pequena, disse Orunmila (Ọ̀rúnmìlà). Dentro de um piscar de olhos os Bàbáláwo trouxeram diferentes tipos de medicamentos, akose, e muitas outras preparações.

Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) recolheu todos e usou-os de acordo com as prescrições. Milagrosamente, a lepra desapareceu e os dedos da mulher foram milagrosamente restaurados. No mesmo ano, todas as quatro mulheres que vieram com Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) da cidade de Àsedó ficaram grávidas.

Nove meses depois, todas elas tiveram crianças do sexo feminino. Desde que o filho da mulher anteriormente lepros era uma criança do sexo feminino, todos os cinco filhos cresceram juntos para se tornar adultos plenos. Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) então chamou todos os Bàbáláwo, que, anos antes contribuíram com medicamentos e preparações, que culminaram com a cura da hanseníase.

"Tome, esta para si. Essa é a filha da mulher cuja lepra você ajudou a curar. Ela é sua nova esposa, a partir de agora, ele disse a eles, um após o outro. Eles são os Ọmọ ìyá tí a pa ẹ̀tẹ̀ bi (filhos resultantes da cura da hanseníase).


Este é o início do Apetebi (Apẹ̀tẹ̀bí) outro nome, dado às esposas de Babalawôs.


Esta história, além de explicar a origem do nome traz informações importantes. Observem que nada pode fazer Orunmila através de Ifá para resolver as maldições que a mulher jogava sobre ele. Observem também a forma como ela mandava essas maldições, usando agua, de manhã. Ifá permitiu que ele encontrasse a  mulher se solucionasse o problema da forma correta.

Como eu sempre ouço e repito para muitas pessoas, o pior feitiço é o feitiço da língua. Não tem trabalho no chão que supere as pragas ditas, principalmente por mulheres. Manifesta-se aqui a ligação com Oxun e com o poder de ajé que toda mulher tem.

Ifá ensina a quem sabe aprender.

Este assunto continua em novas postagens que se seguirão a esta.

A mulher em Ifá

Parte 1


Caros leitores.

Retomo as postagens, como prometido e também a temática de Ifá. Claro que este não é apenas um blog sobre Ifá e sim sobre a religião dos Orixás de forma que assuntos relativos ao dia a dia da pratica da religião continuarão presentes.

Existem assuntos interessantes na pauta das próximas publicações, fiquem atentos. A série a seguir, de várias postagens terão como tema a mulher em Ifá. Ao invés de fazer um enorme textos estou fazendo postagens menores para facilitar a consulta.

Como eu sempre digo aqui, Ifá é um culto religioso masculino. A presença da mulher é muito restrita, mas, muito restrita mesmo. Sou sincero sobre isso. O culto feminino é o culto de Orixá (Òrìṣà), o Candomblé. É neste culto que a mulher tem lugar, importância e relevância. Os textos que se seguirão foram selecionados por mim para mostrar isso. São histórias relevantes.

Chamo a atenção que esta é uma seleção minha. Claro que consultei fontes e vou deixar isso bastante explícito, mas, eu selecionei o que considerei relevante.

Existe um livro chamado Apetebi, do Ifayemi. Não vi este livro em Português de maneira que pouca gente deve ter lido. Ele também fez uma seleção e também colocou seus comentários, como faço aqui. É uma outra fonte de referencia. Eu não copiei este livro e até mesmo não gostei dele. As histórias estão muito resumidas, perdem o brilho.

O livro é bem antigo, pelo menos o que eu tenho e reflete a visão da sociedade deles sobre o tema. O tratamento da mulher pela sociedade e por conseguinte pela religião é muito típico, não é fácil de entender e não vou tentar fazer isso aqui. Por um lado elas são importantes e temidas, mas, por outro lado não recebem o devido respeito.

Nos textos de Ifá isso é bem típico. Se a gente lê as histórias e os versos vai observar claramente o tratamento indiferente dado a mulher. É como esta no texto seguinte, … tome leve para você... como algo que pode trocar de propriedade.

Também as mulheres sempre representam atitudes ruins. Isso é muito emblemático. Em Ifá, nos versos, determinados “objetos” tem sempre o mesmo sentido. Assim o carneiro sempre é traidor, a tartaruga inteligente e a mulher traiçoeira ou condutora de atitudes ruins.

Eu vejo muitas mulheres interessadas em Ifá, mas, gente, numa boa, estão no culto errado.

Hoje em dia, em função do comércio, as pessoas estão fazendo coisas para mulheres que não deveriam fazer. Os Nigerianos principalmente. Mas eles querem é ganhar dinheiro e assim, fora da terra deles fazem coisas que jamais fariam, ou melhor, fazem para estrangeiros coisas que não fariam para os nativos. A questão Iyanifá é parte disso. Como eu disse aqui, tem umas mulheres tolas que acham que receberam alguma coisa sendo feitas Iyanifa. Isso é apenas comercio de Nigeriano. Nada mais.

Os cubanos colocam as mulheres como Apetebi e ponto. Fazem comida, limpam a casa e preparam ebós. Mulheres, o seu culto é o culto de Orixá (Òrìṣà), Vocês podem ser muito mais do que empregadas de luxo.


Mas vamos ao primeiro texto. Depois faço mais comentários. Espero sinceramente que as pessoas que estão lendo esses comentários entendam que estou aqui mostrando uma realidade e não fazendo apologia chauvinista.

Mas, uma coisa que eu já percebi é que as pessoas adoram se enganar, ou melhor, para conseguir o que querem elas se enganam.


A seguinte história foi obtida do Babalawo Ayo Salami


Osuhunleyo (Osúhunlẹ́yọ̀) a esposa de Àgbonnìrègún


Na vida de Àgbonnìrègún e Orunmila (Ọ̀rúnmìlà), há tantas coisas que se encontra difícil de explicar. Uma delas é a questão da Osuhunleyo (Osúhunlẹ́yọ̀). Em alguns versos de Ifá, Osuhunleyo (Osúhunlẹ́yọ̀) é referida como a esposa de Àgbonnìrègún. Em muitos outros, ela era a esposa de Orunmila (Ọ̀rúnmìlà). Osuhunleyo (Osúhunlẹ́yọ̀) era a esposa de Àgbonnìrègún mas tornou-se a esposa de Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) mais tarde.

Um dia, durante uma das visitas habituais de Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) para dar conta de sua viagem feita por longos destinos, ele conheceu uma mulher chorando pela porta da casa de. Ele consolou-a, mas não podia esperar para descobrir o motivo de sua tristeza. Ele não poderia também abrir a discussão com seu irmão Àgbonnìrègún, pois não fazia parte dos assuntos que ele veio discutir.

Mas, no segundo dia, ele a encontrou no mesmo local enrolada e lamentando-se. Movido por suas lágrimas, Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) teve que quebrar o protocolo (de discutir exclusivamente os acontecimentos de sua viagem e notícias em casa), pedindo que a questão da mulher estar chorando fosse discutido.

- Por quê? Oluwo Àgbonnìrègún perguntou.

- É porque eu notei que ela tem chorado por dois dias consecutivos agora - Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) respondeu.

- Ah, se é por causa do que a mulher, eu não sei o que dizer

Seu caso é peculiar. Quando me casei com ela, ela não estava menstruada. Consultei Ifá e ofereci sacrifício, e ela começou a menstruar.

Por um longo tempo, ela ainda não poderia engravidar, eu adivinhava novamente e ela ficou grávida. Mas os bebês que ela tem tido não foram sobrevivendo. Na verdade, o último morreu há três dias, e esta é a razão para ela estar chorando, Àgbonnìrègún explicou.

Se for esse o caso, Orunmilá respondeu, por que você não executar uma akose sob o Odù ose ogunda para a mortalidade infantil para parar?

Isso pode não ser necessário, responder rapidamente Àgbonnìrègún.

Eu tenho tantas coisas para fazer que são mais importante do que cuidar dela.

Àgbonnìrègún então chamou Osuhunleyo (Osúhunlẹ́yọ̀), que ainda estava do lado de fora chorando. Assim que ela entrou, Àgbonnìrègún agarrou-a pelo pulso e entregou-a a Orunmila (Ọ̀rúnmìlà).

- Olúwo! Ele disse

Leve-a, da cabeça aos pés. Case-se com ela como esposa e enfermeira as crianças. Todas as coisas que você quer que eu faça parar as crianças pararem de morrer, faça você por ela.

E assim Osuhunleyo (Osúhunlẹ́yọ̀), a ex-mulher de Àgbonnìrègún tornou-se a esposa de seu irmão Orunmila (Ọ̀rúnmìlà).

Isto é o motivo pelo qual as esposas dos Bàbáláwo, então, vieram a ser chamar de Osuhunleyo (Osúhunlẹ́yọ̀). O outro nome para eles Apetebi (Apẹ̀tẹ̀bí). Osuhunleyo (Osúhunlẹ́yọ̀) na maioria dos casos, é o nome dado a mulheres que foram casadas antes, mas, dadas a um Bàbáláwo para se casar, provavelmente, depois que ela se divorciou do marido ou depois que o marido morreu.

Depois de ser dada para Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) as crianças de Osuhunleyo (Osúhunlẹ́yọ̀) não morreram mais.




Ayo Salami, traz no seu livro Yoruba Theology and tradition - The Worship  uma visão interessante que separa Orunmila de agbonniregun. Segundo ele, eles seriam irmãos e enquanto um rodava as cidades o outro ficava em casa.

Existem diferentes escolas Yoruba, que variam pela região. Se isso esta no livro dele é porque faz parte da tradição dele, por mais distinto que possa parecer para nós que estamos acostumados com outra visão.

Mas isso, de serem ou não irmãos, assim como outras coisas é apenas um detalhe. Não estamos tratando de história e nem que arqueologia.

As mentes perigosas, o Candomblé e a Umbanda

As mentes perigosas, o Candomblé e a Umbanda

A sindrome da Carminha


Um dia desses aprendi sobre as mentes perigosas, uma denominações para as pessoas que tem uma mente psicopata. Interessante isso. A psicopatia tem graus e estamos rodeados dessas pessoas em nosso dia a dia.

Na minha opinião, mais do que em qualquer lugar a religião concentra isso. Seja no Candomblé e na Umbanda, mas também os pastores neo pentecostais que estão por ai. A característica dessas pessoas é a mesma. 

A novela avenida Brasil, que acabou de acabar, mostrou para todo mundo esse tipo de pessoa. Carminha e o pai dela eram essas pessoas. Assim, do seu jeito, sem sofisticação a novela ao longo de meses mostrou para as pessoas como funciona a mente de uma psicopata. Nada haver com o pastelão final no qual ela se arrepende.

Para entender essas personalidades basta se lembrar da novela. Pessoas sem sentimentos, incapazes de amar. Amam a si próprio e não tem qualquer problema ético e moral e fazer qualquer coisa com outra pessoa. Teve um diálogo com o pai dela, o Santiago em que ele cita isso, de um jeito fácil de entender, quando diz que ele e ela não seguiram o caminho das pessoas normais. Sim ele e ela, faziam o que tinham que fazer sem remorsos para atingir seus objetivos.

Entendi que isso é muito mais comum do que a gente imagina, Estamos rodeados disso.

No Candomblé e Umbanda é uma característica muito comum nas pessoas que se denominam pais de santo, ogans, etc..  Essas pessoas não gostam de ninguém. Gostam delas mesmas. Essas pessoas são muito inteligentes. Elas mapeiam a pessoa com a qual estão conversando e compreendem o que aquela pessoa gosta de ouvir, o que elas esta esperando receber, o que a pessoa acha certo, etc...

Depois que a pessoa é "mapeada" esta pessoa molda o seu comportamento para tudo o que a pessoa vê de bom. Ele se torna o melhor amigo de todo mundo, todo mundo gosta dele e ele tem uma personalidade para cada pessoa. E mais, ele confidencia coisas de uma pessoa para outra para poder manipular esta pessoa. São mentiras, meia verdades ou distorções. Mas ele faz isso muito bem feito e as pessoas não trocam informações entre si, porque se fizessem isso descobririam a falsidade delas.

Assim a pessoa é o único polo que liga todo mundo em uma casa. Ele o ponto comum e com isso consegue manipular todos para obter o que quer. Se ele não gosta de alguém vai fazer com que essa pessoa se indisponha com outros ou que ela seja olhada de lado. Ele nunca vai aparecer como responsável pelos acontecimentos, sempre vai fazer com que as pessoas achem que elas mesma decidiram aquilo.

Essa pessoa não tem personalidade própria. Ela vai se adaptar a todas a situações, Vai engolir sapos, vai discutir com limites. Tudo muito bem planejado para atingir os seus resultados. Nunca se aborrecem, estão sempre de bom humor.

Não se iludam, todo mundo em um casa é apenas útil para ele. Mas, nem sempre o Pai de santo é assim. As vezes dentro de uma casa a gente encontra pessoas assim que não é o dirigente. São pessoas que começam pequenas e vão crescendo, assumindo posições, tirando posição dos outros, absorvendo o poder. As vezes controlam o próprio Pai de Santo.

Quando os Pais de Santo são assim eles usam isso com os clientes e filhos da casa. É assim que fazem a pessoa voltar e voltar, gastar o dinheiro que não tem ou sempre gastar dinheiro com ele. Sentar em uma mesa de jogo de uma pessoa assim é certeza de que você será envolvido.

Já encontrei muitas pessoas assim. Certamente algumas delas devem estar lendo este Blog neste momento. É em homenagem a elas que eu publiquei isso, para elas saberem que já estavam mapeadas a muito tempo. 

A novela me motivou a abordar esse assunto.

Não fique preocupado em seu envolvido por essas pessoas. Você vai ser. Só depois que aprender a reconhecer essas pessoas é que consegue se controlar, mas, isso leva um tempo e claro uns tropeços. Não ache que é fácil.

Mas fiquem atentos porque esse é o tipo que é muito encontrado nas casas. Tome cuidado, nem todo mundo que se diz religioso é de verdade. Também muitos que são nem sempre tem as melhores intenções. Se você é bobona sua vida normal, então certamente será envolvido. Se você é esperto, sugiro que fique mais esperto. 

Se lembrem a Carminha. Ela enganou todo mundo naquela casa muitos anos e não achem que os caras eram idiotas. Ela é que era muito esperta.

Fiquem atentos as Carminhas no Candomblé, na Umbanda e em Ifá.

domingo, outubro 14, 2012

Voltamos a ativa

Para aqueles que acompanham o blog, perdoem a ausência de novos textos, mas, compromissos me consumiram o tempo.

Voltarei com os textos em série.  Um por semana. Acompanhe. 

Do jeito que todos gostam, com aqueles "fundamentos" escondidos, ou seja, apenas informação honesta e clara.

Como sabem eu me recuso a escrever aquela meia duzia de linhas apenas com o óbvio e um monte de figuras para encher página, ou então, copiar textos dos outros e publicar com se fosse meu. Tudo aqui é original e as fontes sempre citadas.

Nos vemos na próxima semana!