QUAL É O MELHOR DEUS A ESCOLHER?
Existe uma questão que tem origem nas religiões abraâmicas, em geral e que afeta todos em qualquer religião. Essa questão é que eles confrontam as demais religiões devido a seu entendimento de que somente eles se ligam ao verdadeiro deus1. As religiões abraâmica são: Judaísmo, catolicismo e suas variações e até mesmo o islã.
Os abraâmicos, todos eles, entendem que somente eles têm, através de sua religião, o contato com o deus verdadeiro e que outras religiões tem outra coisa mas essa outra coisa não é o deus de verdade, porque só eles conhecem o deus de verdade. Se você acredita em deus somente pode ter acesso a ele através deles, porque, de acordo com eles, deus veio em pessoa, em forma humana, falar com a gente e eles, os abraâmicos, materializam através da religião deles o que deus disse que é para ser feito por nós e assim eles representam a verdadeira religião de deus.
Para eles essa questão é tão séria que eles disputam entre si, entre os abraâmicos, quem é que está certo ou mais certo. Para os que não seguem uma religião abraâmica esse posicionamento é, no mínimo, desanimador. É muito difícil argumentar sobre isso, discutindo se isso está adequado a uma visão de um deus supremo em sua grandeza se o outro lado, os opositores, abordam o assunto de modo tacanho, disputando a propriedade de deus.
A posição deles, de deter a propriedade da verdadeira relação, leva a conclusão de que tem que existir, alternativamente, vários deuses, semi-deuses, falsos deuses ou demônios (eles usam várias denominações pejorativas) que são as divindades referenciadas pelas outras religiões. Eles não negam as demais religiões, mas, na minha visão, as classificam como fantasias humanas e invencionices ou as definem como crendices ligadas aos espíritos errados, ou seja, uma substituição do deus verdadeiro por uma outra coisa qualquer, uma vez que, somente eles, estão ligados ao deus verdadeiro.
Chamo a atenção de dois tipos de abordagem que eles usam para tratar as demais religiões. Na primeira eles as referenciam como hereges ou pagãs e na segunda dizem que são influencia ou manipulação do diabo. Ambos argumentos representam projeções reais e sinceras da teologia deles para o tema.
A palavra pagão não deveria ser nenhuma ofensa e significa apenas quem não é cristão, assim metade do mundo é pagão. Se considerarmos a definição de pagão ser quem não é batizado, então 65% do mundo é pagão. Contudo na maior parte do contexto do seu uso ela é usada como uma ofensa, como qualificadora de uma pessoa que não crê ou se liga ao verdadeiro deus, aquele que somente eles têm. A palavra não é usada como um substantivo para o outro e sim como um adjetivo para qualificar o outro.
Em relação a ligar o diabo às demais religiões, isso é genuinamente o entendimento teológico deles. Eles entendem que existe um diabo que faz oposição a deus e que o mundo que vivemos é controlado pelo diabo. Esse diabo quer levar as almas ao inferno e nos afastar de deus, que apesar de ser onisciente e onipresente está sempre distante e deixa o diabo controlando o mundo, influenciando as pessoas para o mal e nós temos que resolver isso sozinhos.
Neste modelo teológico as religiões não abraâmicas, as pagãs, são uma das formas do diabo afastar as pessoas do deus verdadeiro e por isso essas pessoas devem ser cooptadas e salvas delas.
Considerando que todas ou a maior parte das religiões pagãs (não cristãs) não acredita nem no diabo e muito menos em um inferno, incluindo nisso os próprios judeus, é quase impossível discutir esse argumento com eles. Acaba virando apenas uma ofensa barata, porque para discutir isso você tem que entrar na teologia deles visto que nas demais isso é inexistente.
Por fim, chamar de herege é apenas um não argumento. Isso é muito usado quando tratamos de divergências teológicas que surgiram na formação da religião deles. Quando surge uma divergência teológica, como, por exemplo, acreditarmos que deus se manifesta em outras religiões ou que o diabo não existe ou mesmo que Jesus não era o próprio deus em pessoa, a classificação de “heresia” encerra o tema sem mais discussões. Heresia é algo que já foi tratado e refutado e os hereges condenados como tal.
O curioso é que o sentido da palavra herege é tão simples como o da palavra pagão, signifa apenas o de ser uma “opção”. Assim uma heresia é uma opção por outro entendimento é uma escolha ou divergência de uma ortodoxia mas assim como foi feito com a palavra pagão, de substantivo vira um adjetivo.
A verdade é que eles definem as outras religiões da forma como querem, mas, no fim, o que é comum a todas essas definições é que somente eles tem o absoluto, o único e o verdadeiro deus. São vários argumentos idiotas e fantasiados e que se resumem a apenas isso.
Eu vou focar minha argumentação no Judaísmo e no Cristianismo. O Judaísmo tem que ser incluído porque, apesar de ser uma religião e um povo muito pequeno, seus livros sagrados foram usados pelo Cristianismo e seu entendimento disso é a origem de tudo. O Judaísmo não tem relevância mas entrou no tema por causa disso. O foco real é o Cristianismo.
Falar do islã seria uma abordagem mais fácil. Ele poderia ser mencionado amplamente como um excepcional exemplo negativo de tudo o que vou falar. Ele se encaixa como uma luva em tudo, mas é muito pouco conhecida e sua desconstrução como religião passaria apenas pela sua historicidade, de maneira que, para o que eu quero mostrar ele não é necessário.
Farei aqui muitas afirmações sobre os Judeus e ao Cristianismo em relação a teologia e história e que certamente conflitarão com as informações que muitos têm. Entendam que essas informações, que usarei, foram obtidas de historiadores e eu as cito baseado no que aprendi deles, de maneira que não estou inventando historia. Claro que também incluo minhas observações ou análises e isso é o que se pode esperar de uma obra autoral e opinativa que trata de religião.
Por que a história entre nesse tema religioso e teológico? Devido a historicidade, inventada pelos judeus, sempre ser o principal argumento utilizado por judeus e cristãos para sua superioridade teológica e também para impor que o monoteísmo é a única opção legítima de uma religião. Parece incrível mas já ouvi dezenas de pessoas que iniciam ou baseiam sua argumentação sobre sua fé ou sobre sua religião baseadas na historicidade do relato bíblico.
Vejam, ninguém pode basear sua crença ou explicar sua fé dizendo se apoiando em supostos relatos históricos, porque se os relatos forem questionados e descredibilizados como verdade e historicidade, como ficará sua fé?
Qualquer discussão tem que se basear em argumentos consistentes e claros e para isso, ao longo das próximas páginas, eu vou explicar um pouco a estrutura de religiões (porque sem isso não dá para falarmos de religião), explicar que a historicidade bíblica é inexistente e que, finalmente, o monoteísmo não foi uma orientação de deus. Depois disso podemos tratar de deus e teologia em bases mais civilizadas e no final vou poder explicar qual é a causa da reação estrutural que as religiões abraâmica tem que ter contra outras religiões, mesmo que estas se dirijam ao mesmo deus que elas.
Sobre o uso de fontes históricas nesse tema preciso fazer um alerta importante. Não sei se todos sabem, mas, a recuperação de informações históricas, ou melhor a criação da história é feita a partir de pesquisa textual, quando disponível e, principalmente, arqueológica. Contudo, esse é um absoluto exercício de criatividade interpretativa. O pesquisador olha as parcas evidências que encontra e da cabeça dele constrói a imagem do que seria o passado, de modo que sempre haverão fontes com posições diferentes. Cabe a cada um pensar no que está lendo, avaliar sua relevância absoluta ou relativa ao tema e decidir o que considerar. Assim, o senso crítico de quem lê é o que define a história e não os pesquisadores que a geraram. Quem ouve ou lê aqueles relatos é quem vai dar credibilidade a eles, porque eles tem que convencer pessoas comuns.
A informação histórica mais importante e que muito poucos sabem é que somente após o século IV AEC2, com o fim do exílio babilônico, foi que os judeus escreveram, muito tardiamente em relação ao que seria a cronologia original, toda a sua história que está na Bíblia criando um novo passado e também uma nova religião. Essa escrita foi feita por 2 grandes grupos de escribas profissionais e orientada pelos sacerdotes do segundo templo de Jerusalém. É isso que concordam todos os pesquisadores que consultei. O que não se sabe é o quão profundo foi essa reconstituição e se ela preservou alguma coisa da memória anterior ou copiou majoritariamente mitos pré-existentes no levante. Isso é ainda inconclusivo.
Esta é uma informação importante que por si só já muda o entendimento da Bíblia em relação a sua historicidade, uma vez que não foi escrita quando os tais “fatos” ocorreram e muito menos pelos seus autores, como você foi levado a pensar. Não estamos tratando do caso de escribas que ouviram os relatos dos autores e escreveram os textos, estamos lidando com escribas que escreveram por conta deles e de sua criatividade os textos como se fossem os autores.
Creio que você pode estar chocado e incrédulo mas é isso mesmo. Foi baseado nessa historicidade bíblica que você e todos assumiram que deus quer o monoteísmo como modelo correto. O monoteísmo é o que é porque é isso o que está na Bíblia. Entretanto e se isso nunca existiu? E se deus jamais procurou aquelas pessoas dizendo que deviam ser apenas monoteístas?
Para sua informação, a Tanakh é o nome que se dá ao o conjunto de textos judeus que mais ou menos é o que chamamos de antigo testamento. Ela deva ser, na verdade, considerada como uma obra literária, mitológica e teológica, com eventos e personagens criados. A Septuaginta, como é chamada a primeira tradução para o grego deste códex judaico, feita no Egito, foi a base do AT3. Com o que já se sabe hoje, sem qualquer sombra de dúvida, ela não pode ser considerada um relato histórico, apesar de ter sido feita para simular isso.
A Tanakh, como um códex, foi elaborada por uma casta de sacerdotes judeus vindos de longa estadia na Babilônia e foi baseada em uma soma de revisão histórica, interpolação e teses teológicas posteriores (com enorme influência babilônica), tudo isso disfarçado como se fosse a história real, só que retro-projetada. Atualmente não existe nenhuma dúvida sobre essas minhas afirmações.
Também não existe nenhuma dúvida de que ela foi escrita a partir do século IV AEC e o que existia antes era apenas a tradição oral de pelo menos 2 povos muito distintos, que possuíam histórias distintas e ancestres distintos, um localizado no Sul, Judá e outro no Norte, Israel. Assim, diferente do que você imaginava até esse momento, estes fatos e situação relatada coloca toda essa obra, o AT, deslocada dos eventos motivadores de suas histórias e dos autores que você imaginava que fossem. O AT é um livro religioso baseado em mitos.
É importante citar que isso não ocorreu apenas no códex do AT. O NT também não é uma obra autoral, ele surge mais através de um processo dêutero autoral do que pseudo autoral. Os livros e principalmente as cartas que compõe o novo testamento, apesar de muito mais recentes e feitas, diferente do AT, em um tempo em que, comparativamente, havia maior alfabetização e facilidade de material de escrita, foram escritos, no século I, a partir de, pelo menos, 50 anos após a morte de Jesus (muito poucos), a maior parte do material possivelmente só foi escrita do século II em diante. Isso, apesar de os colocar distante dos fatos e autores originais os situa muito mais próximo das fontes do que o AT.
Paulo é sem nenhuma dúvida o personagem mais importante do NT, chegam a chamar o cristianismo de religião paulina, só que existem 2 Paulos diferentes, o real, o histórico, que é mostrado em algumas cartas e o que está retratado em Atos dos Apóstolos, que é o Paulo mitológico. Das 21 cartas paulinas que existem no NT, apenas 7 cartas são atribuídas ao Paulo Histórico e mesmo assim contêm algumas camadas de interpolações. As demais cartas são todas dêutero paulinas ou pseudo paulinas.
A partir do século IV EC4, surgiu a auto-proclamada ortodoxia católica (ninguém os elegeu, eles se auto-elegeram), iniciou a construção do catolicismo que conhecemos hoje, mas esse processo levou vários séculos para se consolidar e foi se afastando intencionalmente e gradualmente da origem judaica. Apesar da suposta origem judaica, o catolicismo floresceu e se expandiu em um ambiente helênico. Nos primeiros séculos era majoritária a influência helênica na teologia.
Você deve estar assustado com tantas afirmações estranhas e qual a razão de isso ser relevante para esse tema, mas, sim, tem relevância porque define a raiz do problema que estou tratando.
Este não é um texto feito para questionar a Bíblia como texto sagrado de uma ou várias religiões. O que estou trazendo são informações que já existem, divulgadas por historiadores em livros e artigos e que desfazem a historicidade atribuída a estes textos e isso nos permite discutir teologia e religião como devem ser e não competir teologia contra história, como fazem os cristãos.
Assim, como eu disse, o AT, antigo testamento, é uma obra literária e mitológica baseada em textos judaicos, o novo testamento é uma obra literária, teológica e mitológica greco-romana de maneira que, nenhum dos dois livros representa a história real como querem fazer todos acreditarem. Esse é o ponto importante, esses livros NÃO SÃO história ou descrição de fatos.
Vocês podem, ainda, não entender porque estou citando a questão de fatos históricos e a Bíblia, mas, vou explicar mais uma vez. A razão é que a base dos argumentos deles, judeus e cristãos, para sustentar sua posição de supremacia ou monopólio na relação com deus, tem como pedra fundamental a afirmação de que a Bíblia é um relato histórico e na Bíblia é definida uma relação direta e exclusiva com o próprio deus supremo como tendo sido trazida por esse mesmo deus. Por isso preciso trazer esse assunto a tona, porque não dá para questionar a tese de propriedade da deus, que eles têm e o monoteísmo, que eles criaram, se não iniciarmos pelo questão de historicidade da Bíblia. Não podemos discutir com um fantasma ou espantalho.
Repito, que meu objetivo, aqui, não é falar da historicidade bíblica, isso é um problema orgânico dos judeus, minha questão são as consequências para a humanidade dos problemas causados pela invenção da supremacia da relação com o deus supremo, que eles criaram para eles, ter sido adotada pelo cristianismo que é a religião que influencia mais da metade do mundo. A construção desta propriedade afetou a relação de cristãos e da população em geral com as outras religiões, tirando delas, no entender deles, o direito a sua própria relação com deus e deslegitimando as demais religiões como parte do contexto maior de deus.
Não se trata de questiona a opção religiosa que milhões de pessoas pelo cristianismo. Trata-se de questionar o efeito que isso tem sobre outros milhões de pessoas que creem em deus mas não acreditam que essa relação entre nós e deus seja através do modelo desenhado pelo cristianismo. Uma metade não aceita a não opção da outra.
Pelo lado teológico essa abordagem, como explicou Baruk de Spinoza em seu livro Tratado teológico-político, retirou de deus a sua verdadeira grandeza, ele deixou de ser o deus supremo e virou um fantoche judeu e cristão.
Já vi muitas pessoas inteligentes e cultas que sempre, preferencialmente, tomam esta atalho e resumem essa questão da supremacia da relação com deus, que o cristianismo têm, devido a Bíblia ser, na posição deles, histórica e ela descrever fatos nos quais, claramente, deus estabeleceu uma relação direta entre ele e os judeus criando a religião e principalmente o monoteísmo. Elas partem primeiro da fé religiosa em deus e se apoiam no formato de relato histórico que foi dado a Bíblia ao misturar uns poucos livros teológicos com a história romanceada de um povo.
Observem que apesar de essas pessoas não serem judeus elas recorrem a historicidade inventada pelos judeus para fundamentar suas posições. Atualmente existem inúmeras e consistentes fontes que contestam a historicidade desse textos Judeus, existe, na verdade, toda uma área científica em torno disso, com dezenas de pesquisadores e livros publicados, mas essas pessoas, inteligentes, apesar de serem profundos estudiosos de religião e criadores de teologia ignoram ou fingem ignorar essas fontes.
Vou afirmar aqui, repetidas vezes, que não tenho nenhum foco nos judeus, apesar de eles serem muito citados aqui. Eles não tem nenhuma relevância histórica. Foi somente através do cristianismo que ele ganharam relevância. Sem o cristianismo seriam mais um pequeno povo do Levante. Os cristãos ao criarem sua religião, por motivos que hoje eu critico mas que historicamente muitos já o fizeram também, se ligaram a origem judaica do Cristo e trouxeram a religião inventada pelos judeus apenas no século IV AEC para si e para o conhecimento do mundo.
O cristianismo, que na minha visão e de outros nunca deveria ter buscado essa raiz Judaica, teve que recorrer ao mesmo estratagema que os sacerdotes do templo de Jerusalém usaram antes e criaram um deus para eles, substituindo o deus que os judeus haviam criado antes. Eu vou explica mais tarde e em detalhes, criticamente, esse movimento, mas uma visão teológica sobre esse processo, claramente, mostra que com a vinda de Jesus, deus redefine sua relação com a humanidade em outras bases, cria uma nova aliança e é criado o caminho para uma nova religião (o que realmente ocorreu), uma religião aberta e universalista com valores e ética elevados.
No meu ponto de vista religioso, Jesus é o rompimento de deus com a religião e o monoteísmo inventando (do nada) pelos sacerdotes do tempo de Jerusalém. O que eu penso é que infelizmente esse movimento (ruim) do templo retorna através da auto-proclamada ortodoxia cristã, a patrística e mais uma vez estraga algo que poderia ter sido bom, reatando o cristianismo com o judaísmo ruim criado pelo templo de Jerusalém.
Com essa inclusão, na minha opinião, essa auto-proclamada ortodoxia cristã foi obrigada a transformar Jesus em deus (como ocorreu no século IV). Esta transformação foi forçada e artificial e, por séculos, não foi aceita, sendo continuamente rediscutida em concílios, gerando divisões e mostrando, até hoje, que era uma definição ruim.
Atualmente, a ortodoxia cristã foge dessa questão da transformação de Jesus em deus respondendo que é uma heresia e nem segue com qualquer justificativa.
Conforme citei, minha opinião é que isso foi devido a uma razão político-teológica. Era necessário aos cristãos substituírem a relação de exclusividade com deus que os judeus inventaram para si nos seus livros (dos judeus). Uma vez que, como esses livros foram incorporados ao cânone católico era necessária um nova definição dessa relação, uma nova aliança e um novo deus, que substituísse a relação que os judeus fizeram só para si.
Vou dar um exemplo de como era importante a criação de um deus próprio. Em torno do século VII os árabes tentaram de aproximar dos judeus e de sua religião. Eles não tinham uma religião moderna, convivam com um politeísmo desordenado e nesse tempo, conviviam com o cristianismo com sua abordagem inclusiva e aberta e com os judeus. Os judeus recursaram a sua aproximação dizendo que a religião deles e o deus deles era só para eles, que eram judeus. O compromisso de deus era com eles e deus jamais os aceitaria. Os árabes então procuraram Mohamed, porque em medina ele se anunciava como profeta do deus dos judeus e dos cristãos e assim surgiu o Islã esse mal que assola a humanidade. Isso não é mito, é fato real e mostra a visão judaica da propriedade de deus e essa relação maluca que eles inventaram com o monoteísmo.
Assim, para os cristãos, Jesus teve que obrigatoriamente virar deus para que os católicos tivessem independência e a mesma relação de exclusividade que os judeus inventaram para eles. Com isso, os cristãos também podem repetir que a religião deles é também a verdadeira, porque deus, veio pessoalmente até nós, através de Jesus, para criar a nova religião através da nova aliança superando as estorinhas que os judeus inventaram.
Observem essa equivalência construída. Os judeus, no seu livro de mitos, fazem o deus supremo vir até eles para construir uma aliança especial, sem qualquer justificativa e exclusiva para eles judeus. Os cristãos, passam a usar os livros judaicos, mas, fazem no seu próprio codex, novamente o deus supremo vir até eles, através da transformação de Jesus em deus e estabelecer uma nova aliança, uma que substitui a anterior. Os judeus são substituídos e deixam de gozar o status, que eles mesmos inventaram para si, de povo escolhido.
Observem que a teologia que definiu Jesus como sendo deus é apenas política e tinha que ser obrigatoriamente feita pelos cristãos. Teologicamente isso jamais foi facilmente aceito, foi origem de muitos questionamentos e heresias, o tema se estendeu por diversos concílios e houve algumas poucas divisões formais. Contudo isso nunca foi um assunto teológico e a organizada ortodoxia católica jamais aceitaria qualquer tipo de contra-argumentação. É absoluta perda de tempo querer discutir isso hoje ou em qualquer tempo, isso jamais foi um tema teológico.
Ao trazer o códex judaico (ruim) para dentro do seu códex, a Patrística não teve outra saída que não fosse recriar deus através de Jesus e com isso defini uma nova relação dele com a humanidade. Vou aprofundar isso em outro capítulo.
A realidade é que para as pessoas e comunidades helenizadas do século I a IV, que verdadeiramente adotaram Jesus por sua vontade, divulgaram seus mitos e expandiram a religião, Jesus era tipicamente um semi-deus e foi assim reconhecido por muito tempo até o transformarem, por decreto, em deus.
Temos uma luta de teologia inventada. Para fazer frente a historicidade que no século IV AEC os judeus inventaram junto com uma relação de propriedade de deus, os católicos no século IV EC, criam um Jesus-deus e se libertam do judaísmo apesar de terem adotado o códex judeu. Contudo, ao fazerem isso, se colocam no mesmo lugar dos judeus ao serem igualmente obrigados a alegar a propriedade da relação com deus em sua religião.
Por que eu afirmo que são obrigados a alegar a propriedade exclusiva?
Se eles reconhecerem que seus livros são mitos e não história, como sempre falaram que eram e, principalmente, que o deus supremo visto pelas outras religiões é o mesmo deles, como fica a teologia deles frente as teologias das demais religiões, que são diferentes das deles mas tem origem no mesmo deus ou seja, tem a mesma inspiração divina que eles?
Mas como fica a religião cristã sem um diabo? Sem inferno? Com várias vidas? Sem apocalipse? Sem nascermos condenados? Sem o deus onisciente? Sem o retorno de Jesus? Porque isso só eles têm. Não sei se você se lembra ou sabe mas, o antigo testamento, o códex original não tem nada disso escrito ali.
Minha visão é que o castelinho de cartas desaba, porque se eles aceitarem deus com uma teologia diferente, mostra, através das diferenças, que alguém errou ou não contou a verdade. Deus teria enganado eles? Essa questão da propriedade de deus é muito mais dramática e séria do que você imagina e isso está no núcleo da intolerância religiosa. Existem construções teológicas basilares, que foram criadas em concílios e que dependem da supremacia deles em relação a deus e vou mostrar isso mais à frente.
Após essa desconstrução da relação de exclusividade e propriedade de deus pelos cristãos, podemos voltar ao tema principal deste capítulo, o da multiplicidade de “deuses”. Temos, de fato, muitos deuses? Temos o deus dos judeus, o deus dos cristãos, o deus dos hindus, o deus dos chineses, etc..?
Qual é o melhor deus a ser escolhido nessas opções?
O que isso muda na nossa vida?
Ao escolhermos um deus e uma religião mudamos nossa vida e, principalmente, o nosso destino?
Por exemplo, os cristãos terão uma vida e um pós-vida diferente dos induístas? Depois que você morrer, vai ter uma porta para os cristãos entrarem, outra para os induístas? Outra para os espíritas? Já pensarem nisso?
Por quê eles tem esse problema da supremacia do deus deles e as demais religiões não têm?
Se temos muitos deuses, qual devemos escolher? Qual é melhor? O deus deles ou os outros deuses?
Se tratamos deus como Olódùmarè ou Brahma , teremos escolhido o deus errado?
Bom, antes de seguir tenho que dizer que esse assunto é bem extenso, dá para falar muitas e muitas horas sobre isso e, assim, eu escolhi um viés entre os muitos possíveis, um que eu entendo ser mais simples para abordar o tema.
Além disso, neste texto, vou estar falando da forma como as religiões abraâmicas, que eu citei, tratam essa questão de deus e por essa razão estarei referenciando muito os judeus e o Judaísmo, apenas porque o entendimento e história deles está na origem dessa questão. Não tem nenhuma razão especial e este tema não é destinados somente aos judeus.
Primeiro vamos a uns números oficiais sobre religião no mundo em 2023:
32% é cristão (50% católico)
0,2% é judeu
23% é muçulmano
Total abraâmico – 55%
7% é budista
15% é induísta
Total Indi – 22%
15% é sem religião mas creem de alguma forma em deus
3% são ateus
4,8% - tem outras religiões e crenças
Podemos entender várias coisas com esses números.
A primeira é que eles, os abraâmicos, são apenas metade da população do mundo. A outra metade não pensa igual a eles.
A segunda é que, de fato, deus fez um bom trabalho através dessa religião, partindo dos judeus, que são menos do que um traço na estatística, ele convenceu metade do mundo a seguir esta religião. Inclusive explorar esse tema, de porque e como deus espalhou essa religião pelo mundo já seria um tema enorme.
A terceira é que os ateus são apenas 3% do mundo, eles são menos do que qualquer religião, são 3 traços, mas, querem dominar o discurso. Eles conseguem isso devido aos 15% que creem em deus mas não tem religião, como sempre esse pessoas ficam em cima do muro mas sempre caem do lado ateu, prejudicando todo mundo.
O grupo Indi é muito relevante mas o induísmo é geográfico e não vai crescer mais, ele está associado a uma população é induísmo é como o Judaísmo. O grupo budista na verdade deve ser agrupado com ateus e os sem-religião. O induísmo não desenvolve uma relação com deus ele promove que nós homens podemos seu o próprio deus, assim, budistas e ateístas são similares. Quando juntamos com os sem-religião temos 33% da população que não veem necessidade de se relacionar com deus.
Eu gostaria de abordar diretamente a questão de existir ou não vários deuses, mas, tenho que fazer um pouco diferente. É necessário explicar isso em uma determinada ordem, para que isso possa ser entendido, caso contrário vai ser inútil, assim tenham um pouco de paciência.
Vamos então a um argumento teológico simples – como eu prometi – para iniciar, mas, para isso, precisamos não tomar partido de nenhuma religião, porque não dá para olhar essa questão estando de ante mão preocupado em afirmar a posição de uma delas.
Nas gêneses das outras religiões, que não as abraâmicas, um deus supremo também criou tudo do nada.
Essa constatação é muito importante porque nivela todas ou quase todas as religiões no senso comum de que existe um deus supremo.
Nenhum mito é igual ao outro, em alguns aparecem mais ou menos deuses, em alguns existem justificativas para a criação e os detalhes, a riqueza do relato e o simbolismo varia entre eles. Contudo, sem nenhuma coincidência, todos esse mitos refletem essencialmente a forma humana de se relacionar entre si, mostrando, como óbvio, que as pessoas apenas contaram as histórias de uma maneira que as outras pessoas pudessem entender. Esta última frase é a coisa mais importante.
Não podemos examinar esses textos buscando exatidão histórica ou descritiva porque são textos humanos e foram escritos para descrever um contexto super-humano para humanos entenderem e foram feitos por outros humanos.
Vou me deter um pouco nesse tema.
Muitos criticam os livros sagrados das demais religiões como obras fantasiosas, com um monte deuses, filhos, brigas, etc. Mostram coisas fantásticas. As principais críticas a isso vem dos abraâmicos porque eles, justamente como eu disse, fundamentam seus livros como se fossem sempre a história real. Como vou explicar mais adiante eles fizeram essa emulação. É o mesmo com os cristãos, é assim com os muçulmanos. Todos tem em comum a afirmação de seus livros não serem fantasias e sim história porque intencionalmente os desenharam assim.
Sobre os épicos e textos das demais religiões, como eu já citei, são históricas e poemas feitos por humanos para humanos entenderem as informações e são baseados na cultura, valores de cada sociedade à época que foram feitos. São feitos intencionalmente para pessoas comuns entenderem as mensagens. As narrativas não têm o objetivo de contar uma história real e sim de trazer para as pessoas o entendimento e o sentimento do todo e da mensagem, sem recorrer a erudição e também, permitem que eles facilmente memorizarem essas histórias. É mais fácil lembrar de uma história ou de um poema e depois analisar ou explicar seu significado, do que decorar apenas os significados.
Assim essas histórias, fantásticas e incríveis, trazem lições, valores, moral, ética, exemplos e dezenas de outros atributos humanos como as suas virtudes ou os seus defeitos. Elas conseguem contextualizar, para qualquer pessoa, uma dimensão grande do mundo, de deus e da existência, com toda a sua complexidade, usando para isso a metáfora da própria vida humana.
Tem idiotas que ao longo da história disseram que deus era uma criação humana e que refletia as pessoas, ou seja, que as pessoas criavam deus a sua semelhança e que por essa razão isso tudo era bobagem, era o ser humano criando um deus a sua imagem. O pior não é um idiota escrever isso, é outras pessoas repetirem isso.
É claro que deus é descrito como humano ou reflete nosso modelo humano ou mesmo as histórias e mitos de criação, cosmologia, teogonia serem sempre épicos e aventuras humanas. Eles são feitos por humanos e para humanos entenderem.
Assim o homem não cria artificialmente um deus igual a ele. Nós explicamos deus através de nós mesmos, sua criação. Isso hoje chamamos de Analogia Entis e contrasta com a chamada Analogia Fídelis. Humanizar deus não o torna uma criação humana, apenas reflete a forma como nós conseguimos explicá-lo. Na analogia entre o criador e a criatura, a criatura reflete o criador.
Uma história na qual um deus único e solitário cria o tudo do nada, sem motivação ou explicação, não é melhor do que outras que mostram um deus maior e outros menores criando o mundo e as pessoas, baseados em um motivo qualquer, conflito entre eles, etc. Tudo como se estivesse ocorrendo entre nós mesmos. O que é mais simples? explicar assim ou falar de física quântica?
Como você vai descrever deus ou a criação para as pessoas comuns? Como uma coisa amorfa, uma energia maior e envolvente, etc… Sério? Você acha que alguém vai dar atenção ou entender isso?
Mitos são sempre símbolos, são feitos para serem isso e feitos para serem interpretado e explicados aos humanos. Esse é o normal. O anormal é você criar um livro de mitos e dizer que é história real, que deve ser entendido de forma literal quando é conveniente ou de forma simbólica quando é melhor para você, que é o que os protestantes fazem o tempo todo. Mais idiota ainda é você pegar um codex feito para emular um livro histórico e criar interpretações fantasiosas para justificar sua teologia.
Quem é o maior idiota? O que se baseia em mitos fantástico feito para serem interpretados e para entender a criação, deus e o sentido da vida ou o que acha que um livro de mitos, descaradamente inventado, é verdadeiro e por isso você deve acreditar nele?
Muito mais curioso é o caso católico5. A teologia, que é a interpretação da Bíblia, que eles seguem não está na Bíblia, jamais esteve, foi uma criação humana feita através de concílios. Ela estabelece um henoteísmo efetivo e foi baseada, na minha visão e outros especialistas no zoroastrismo, mitraísmo, maniqueísmo, filosofia grega entre outras fontes. A base do catolicismo são textos apócrifos e não o cânone. Existem teologias baseadas em filosofia e em apócrifos ou mesmo gerada apenas porque eles quiseram. Os teólogos fazem uma enorme ginástica com palavras e frases soltas na Bíblia para criarem amarrações.
É por isso que teólogos católicos, que são pessoas inteligentes, não discutem teologia com protestantes com a Bíblia na mão. É impossível. Mas não estão errados, a teologia católica esta claramente definida e padronizada e é transmitida pelos padres e teólogos. No modelo católico você tem que ouvir o padre para entender a nossa relação com deus e o sentido de nossa vida.
Os teólogos católicos sabem a origem da Bíblia e sabem como foi feita e não vão pagar o mico de se basear em um livro com textos inventados. Por essa razão que os católicos não se preocupam com a questão de historicidade da Bíblia. Nunca se preocuparam, até mesmo incentivaram as pesquisas.
O protestantismo nunca foi uma reforma, é uma nova religião ligada a ortodoxia judaica do templo de Jerusalém. Por isso que eles dialogam com tanta facilidade com os judeus ortodoxos e se afastam dos cabalistas.
Assim, quem é de fato o idiota nisso? Os cristãos ou as demais religiões?
Voltando ao tema principal, o mais importante é que o exame da teologia mostra que as outras religiões, grandes ou não, reconhecem a existência do mesmo deus supremo e da mesma criação unificada presente no Judaísmo.
As narrativas normalmente são na forma de versos épicos e trazem variações na maneira de se entender o mesmo assunto com mais ou menos detalhes.
Não se pode ficar confrontando detalhes e mostrando defeitos ou lacunas nas narrativas de cada uma delas, como os abraâmicos gostam de fazer para ter razão. Até, porque, o texto deles não resiste a uma análise de qualquer pessoa com inteligência mediana.
A comparação de uma gênese simples e sem graça, como a judaica, versus outra épica e cheia de detalhes, de outras religiões, não vai levar a nenhuma conclusão importante. As histórias da criação sempre serão obras humanas feitas para humanos entenderem. O que importa é o sentido geral do tema e, nesse sentido, o fácil entendimento da presença do deus supremo é constante nas religiões.
Então, seguindo o que estou explicando, não podemos ter vários deuses supremos criando o mundo de forma diferente ou mais de uma vez.
O que temos então são várias fontes, independentes, relatando a presença do mesmo deus supremo criando tudo. Esta é uma consciência coletiva, que atribui a um deus supremo a origem da vida e do mundo.
Como consequência do que estou dizendo, não podemos ter Yahweh de um lado criando o universo só para os judeus e de outro Brahma e Olódùmarè, por exemplo, fazendo o mesmo para hindus e africanos do centro-oeste. Só temos 1 universo e 1 mundo para ser criado, não vivemos em universos paralelos.
Como outras religiões também relatam um deus supremo e como não podem haver 2 ou mais deuses supremos, temos que estar tratando do mesmo e único deus supremo, que existe e criou tudo. Mas esse deus é entendido ou traduzido por povos diferentes de maneiras diferentes.
Esta variedade e também coincidência é a maior prova da existência de deus.
Entendam que, nenhum deus, passou um fax para os humanos contando a história da criação (Os únicos que acreditam que deus passou um faz são os muçulmanos).
As gêneses sempre são obras humanas feitas para humanos entenderem e sempre surgiram quando não havia escrita e foram documentadas em escrita muito posteriores a sua origem.
Assim, não existe, de fato, um deus a escolher, não existe deus melhor a ser escolhido, uma vez que, como eu afirmo, estamos tratando do mesmo deus, apenas com nomes diferentes.
Como consequência dessa minha afirmação, as demais religiões também são manifestações do mesmo deus supremo. Isso é o que um observador independente, que não esteja comprometido com nenhuma dessas visões, pode facilmente concluir.
O meu argumento é, desta maneira, simples de entender, deus, em todo o mundo e ao longo dos séculos sempre esteve junto das pessoas, se anunciando e com isso estabelecendo religiões. Ele sempre buscou proteger e orientar a humanidade, como um todo a encontrar sua melhor versão humana.
Na visão de todas as religiões o mundo, o universo e toda a humanidade é obra de deus. A obra é o todo e não apenas uma parte. Claro que, contrário a essa minha visão muitos vão se levantar, principalmente os abraâmicos. Vão dizer que estou fazendo uma salada, misturando tudo e que tudo é a mesma coisa, que deus é único e apareceu para eles e blablablá.
Mas não é isso que eu falo. Eu não penso que é tudo igual. Todas as religiões são diferentes e a razão disso é humana e não divina.
Minha visão é que cada pessoa deve escolher apenas uma religião e basear sua fé nas mensagens desta religião e desconsiderar as outras. Se escolheu a melhor ou não isso é de cada pessoa. Eu reconheço religiões ruins e boas por critérios objetivos, mas cada pessoa deve fazer sua escolha.
E por que escolher apenas uma? Porque cada religião tem uma consistência teológica contida nela. Existe orientações, indicações, proibições e modelos a serem seguidos e isso só faz sentido com o entendimento da teologia e com o devido equilíbrio das coisas.
Eu sugiro que essa escolha deve ser também baseada em sociedade e cultura, não vejo sentido em alguém aqui no Brasil querer ser induísta. Religião é importante, tem propostas diferentes para você entender e viver sua vida, mas escolher uma é uma escolha pessoal e cada um viva com a escolha que fizer.
Por fim, é minha posição que você deve ter uma religião ao invés apenas de crer em deus. Ter uma religião significa você aceitar e se submeter as mensagens e orientações de deus. Significa você mudar quem é e mudar sua vida baseado no que deus transmite através do entendimento desta religião. A pessoa que adota uma religião está aberta a dar e receber de deus. Quem crê sem adotar uma religião quer apenas receber de deus.
Vocês podem estar confusos, nesse momento onde eu quero chegar, mas, calma isso vai ficar claro.
O que eu estou afirmando agora é que não temos um deus melhor ou verdadeiro a escolher. É o mesmo deus supremo para todos no mundo. Você não pode acreditar em um deus supremo e ao mesmo tempo duvidar das outras religiões que também reconhecem o mesmo deus supremo. Se você faz isso, é você que está acreditando em um deus menor ou no seu diabo preferido.
O problema com os abraâmicos, nessa questão, é que a teologia deles depende da afirmação de serem únicos e de terem a única verdade. Sem isso o castelo de cartas deles desaba, por isso são tão agressivos nessa questão. Esta é a razão da intolerância. A raiz disso está na criação, artificial do monoteísmo e vou ter que explicar isso.
1A palavra deus é um substantivo. Cada religião tem um deus que possui um ou vários nomes e estes sim são escritos em maiúscula. O uso da palavra deus para designar o deus cristão é uma unilateralidade cristã. Assim em todo o texto o substantivo será sempre em minúscula.
2Antes da Era Comum
3Antigo Testamento
4EC – era comum. Na ausência da notação AEC, considerar que é EC
5Em todo o texto será alternado intencionalmente as palavras católicos e cristãos. Católico sempre será usado para indicar a interpretação romana da teologia e a da religião e cristão como algo for mais genérico. Eventualmente em determinado momento histórico que estiver sendo citado não caberá o uso de católico, assim será usado cristão. Dessa forma cristão e católico não são sinônimos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário