Uso de ebós de Odù por Iyalorixás e Babalorixás do Candomblé
Recebi um pergunta através do BLOG e estou publicando como postagem o tema.
A pergunta questionava se uma Iyalorixá de Candomblé poderia estar fazendo ebó de Odù, ou seja se isso não seria exclusivo de babalawo de Ifá.
Minha resposta é:
Pode.
Veja, vamos separar essa linha de tempo em 2 momentos. Antes e depois desse espalhamento de ifá pelo Brasil.
Antes do ifá e ate hoje, ialorixás jogavam búzios, muitas usavam e continuam a usar a técnica de merindinlogun por odu.
Sempre foi assim e sempre funcionou. Claro que os odu são meji, sempre foram, o candomblé nunca analisou omo odu ou odu composto (como cubanos fazem), mas o conceito de odu sempre esteve presente no Candomblé.
Pode.
Veja, vamos separar essa linha de tempo em 2 momentos. Antes e depois desse espalhamento de ifá pelo Brasil.
Antes do ifá e ate hoje, ialorixás jogavam búzios, muitas usavam e continuam a usar a técnica de merindinlogun por odu.
Sempre foi assim e sempre funcionou. Claro que os odu são meji, sempre foram, o candomblé nunca analisou omo odu ou odu composto (como cubanos fazem), mas o conceito de odu sempre esteve presente no Candomblé.
Odù não é exclusivo de Ifá. Odù existe, pertence a religião, a Olodumare. Igualmente o acesso a orunmilá não é exclusivo aos Babalawo. Ele é uma divindade ou um Orixá pode ser acessado por todos.
Uma análise qualitativa deste tema vai apontar desvios ou divergência do entendimento do tema de Odù entre o Candomblé e o Ifá, mas, apesar disso o Candomblé nunca deixou de abordar os principais conceitos, teorias e práticas da religião, aliás, mais e melhor do que qualquer outra tradição sejam os cubanos ou os africanos.
Você vai encontrar no Candomblé o uso correto de teologias como Ori, ajé, egun e principalmente a relação orun-aiye. Eu tenho extensivamente lido obras editadas sobre esta religião, em espanhol e ingles, de africanos e cubanos e posso afirmar que a prática que temos não fica em nenhum momento atrás do que esses ai dizem.
Sempre houveram ebós de odu no candomblé, eu mesmo passei por alguns, eram ebós e oferendas, principalmente essas ultimas.
O conhecimento disso sempre existiu na prática e até em alguns livros de autores conhecidos e outros poucos conhecidos. O livro do Beniste, O jogo de Búzios, é ótimo. O Doté Heraldo de Xango, editou livros próprios sobre odu e ebós de odu. O material não é dele, ele formatou e publicou um material manuscrito que corria em poucas mãos, eu mesmo tive a oportunidade de ver uma dessas cópias manuscritas. O livro dele de ebó de Odú é ótimo, esta dentro do contexto de como o Candomblé e são muito efetivos.
A ligação do Candomblé com Ifá foi pouco intensa mas sempre existiu. Joao do Rio relata a existência de babalawos no Rio de janeiro em 1905, havia uma comunidade deles e usavam Opele.
Uma análise qualitativa deste tema vai apontar desvios ou divergência do entendimento do tema de Odù entre o Candomblé e o Ifá, mas, apesar disso o Candomblé nunca deixou de abordar os principais conceitos, teorias e práticas da religião, aliás, mais e melhor do que qualquer outra tradição sejam os cubanos ou os africanos.
Você vai encontrar no Candomblé o uso correto de teologias como Ori, ajé, egun e principalmente a relação orun-aiye. Eu tenho extensivamente lido obras editadas sobre esta religião, em espanhol e ingles, de africanos e cubanos e posso afirmar que a prática que temos não fica em nenhum momento atrás do que esses ai dizem.
Sempre houveram ebós de odu no candomblé, eu mesmo passei por alguns, eram ebós e oferendas, principalmente essas ultimas.
O conhecimento disso sempre existiu na prática e até em alguns livros de autores conhecidos e outros poucos conhecidos. O livro do Beniste, O jogo de Búzios, é ótimo. O Doté Heraldo de Xango, editou livros próprios sobre odu e ebós de odu. O material não é dele, ele formatou e publicou um material manuscrito que corria em poucas mãos, eu mesmo tive a oportunidade de ver uma dessas cópias manuscritas. O livro dele de ebó de Odú é ótimo, esta dentro do contexto de como o Candomblé e são muito efetivos.
A ligação do Candomblé com Ifá foi pouco intensa mas sempre existiu. Joao do Rio relata a existência de babalawos no Rio de janeiro em 1905, havia uma comunidade deles e usavam Opele.
Casas antigas de Candomblé, como o Apo Afonjá, tinham material sobre Búzios e Odu em seu poder e isto circulava entre membros selecionados. O livro do Beniste foi feito com esse material e o livro do Agenor também.
Bangboxê trouxe isso para cá no início do século XX.
O livro do Mapouil sempre foi uma referência importante para os brasileiros nesta área e gerou uma forma de Ifá mais "esotérica", mas européia, creio eu.
O Mapouil foi de longe a fonte e inspiração de muita gente que na metade do século passado passou a produzir algum conhecimento de Odù e Ifá. Dessa fonte e de pessoas que juntaram Odù com outros esoterismos surgiu a pratica de Odù dentro do Cadomblé. Sempre foi honesta, nunca se colocou como Ifá e sempre era baseada em um mesmo formato.
O jogo de búzios sempre teve 3 formas de ser praticado aqui. A primeira o uso da videncia na qual não importavam os búzios, na segunda os buzios como uma fala de orixá e a terceira o uso com Odù.
Dessa forma o Candomblé sempre esteve ligado a Odù, lembrando que Odù é uma manifestação divina de olodumare e como energia esta longe de pertencer somente a Ifá.
Por muitos anos o jogo de búzios tem servido ao Candomblé com perfeição, temos teoria e prática. O uso de Odù esta dentro deste conceito. Não era dominado por todos mas muitos sabiam fazê-lo.
Ifá veio e trouxe a sua visão, o seu método de trabalhar com isso. Considerando que a única coisa que esse culto faz é isso então tinha que ser melhor do que fazemos no Candomblé.
Ifá trouxe outra dimensão para o uso de Odù para a sua invocação e manipulação. Quando a gente compara como o Candomblé fazia e como Ifá faz a gente passa ver uma essência que o Candomblé não conhecia, mas, que tem significado em relação ao forma como ele é invocado e trabalhado.
A dimensão do Candomblé sempre passou muito mais por Orixá.
A forma como Ifá consulta e analisa e a forma como faz ebós é única e isso parece criar 2 questões: a primeira colocar a cheque o uso de odu e seus ebós pelo Candomblé; a segunda a legitimidade das consultas com Odù no Candomblé.
O Mapouil foi de longe a fonte e inspiração de muita gente que na metade do século passado passou a produzir algum conhecimento de Odù e Ifá. Dessa fonte e de pessoas que juntaram Odù com outros esoterismos surgiu a pratica de Odù dentro do Cadomblé. Sempre foi honesta, nunca se colocou como Ifá e sempre era baseada em um mesmo formato.
O jogo de búzios sempre teve 3 formas de ser praticado aqui. A primeira o uso da videncia na qual não importavam os búzios, na segunda os buzios como uma fala de orixá e a terceira o uso com Odù.
Dessa forma o Candomblé sempre esteve ligado a Odù, lembrando que Odù é uma manifestação divina de olodumare e como energia esta longe de pertencer somente a Ifá.
Por muitos anos o jogo de búzios tem servido ao Candomblé com perfeição, temos teoria e prática. O uso de Odù esta dentro deste conceito. Não era dominado por todos mas muitos sabiam fazê-lo.
Ifá veio e trouxe a sua visão, o seu método de trabalhar com isso. Considerando que a única coisa que esse culto faz é isso então tinha que ser melhor do que fazemos no Candomblé.
Ifá trouxe outra dimensão para o uso de Odù para a sua invocação e manipulação. Quando a gente compara como o Candomblé fazia e como Ifá faz a gente passa ver uma essência que o Candomblé não conhecia, mas, que tem significado em relação ao forma como ele é invocado e trabalhado.
A dimensão do Candomblé sempre passou muito mais por Orixá.
A forma como Ifá consulta e analisa e a forma como faz ebós é única e isso parece criar 2 questões: a primeira colocar a cheque o uso de odu e seus ebós pelo Candomblé; a segunda a legitimidade das consultas com Odù no Candomblé.
Estas questões somente se dissipam quando você usa os 2 simultaneamente. Eu fiz isso e sei que eles dizem a mesma coisa.
Uma iyalorixá não vai poder fazer um ebó de Ifá como os babalawo fazem. Ela vai fazer como o Candomblé faz ou como sempre fez.
Uma iyalorixá não vai poder fazer um ebó de Ifá como os babalawo fazem. Ela vai fazer como o Candomblé faz ou como sempre fez.
Agradeço ao leitor do Blog pela pergunta.
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