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sábado, maio 29, 2021

 

Como entender a quantidade de divindades

 

Essa religião tem uma quantidade razoável de divindades, mas, ninguém deve se preocupar com isso, quantidade não significa nada, você não tem que conhecer todas elas. O mais importante é entender a estrutura metafísica geral, o significa e a utilidade que se dá a essa existência de divindades, mais ainda, o que elas significam para você.

As divindades representam a forma de nos mostrar as forças do supernatural e os caminhos pelo qual , deus, Olódùmarè se projeta para nós. Algumas vezes a própria criatividade humana pode criar essas divindades, outras não, são forças reais. Para as pessoas de fé isso não importa, não temos que nos ocupar em descobrir o que é real de fato ou não.

Temos que nos concentrar no conjunto, no que a religião recomenda que façamos, como devemos comportar, o que devemos fazer para pedir ajuda a deu, etc… Assim se vamos ter 100 ou 200 Orixá (Òrìṣà), se um Orixá (Òrìṣà) tem nomes diferentes, se um inrumolé (Irúnmọlẹ̀) é real ou não, isso é detalhe.

Essa cosmogonia existe para que possamos entender a religião em seu todo e principalmente para que possamos entender as energias supernaturais que podemos ter acesso para nos ajudar. O modo que uma religião se faz entender, é estabelecer essa cosmogonia e cosmologia e assim, através deste mundo metafísico de divindades, nós podermos entender essa coisa abstrata que é deus e a energia supernatural que nos rodeia.

É complicado para qualquer pessoa entender modelos teóricos, coisas abstratas. As pessoas entendem melhor quando podem ver, quando podem criar em sua mente um modelo ligado a sua realidade do mundo natural um modelo de equivalância. Desta maneira o modelo metafísico de divindades é isso, estabelecer uma proposta que torne o abstrato, energias e influências algo que possamos entender, do nosso jeito humano.

É por essa razão que existem essa quantidade de divindades, que podem variar e podem ter nomes diferentes. Claro que temos que tomar o cuidado para não inventar absurdos ou exagerar na criatividade, quanto mais próximos da relação 1:1 em termos de forças, energias e divindades estaremos mais simples e por esta razão mais efetivos.

Quando esta religião define formalmente que existem “401 inrumolé (Irúnmọlẹ̀) da direita e 201 inrumolé (Irúnmọlẹ̀) da esquerda” e essa é uma frase real, conforma a interpretação dos sacerdotes e antropólogos que a estudaram que ela quer dizer que: existem divindades do bem e do mal no mundo; que existem mais divindades do bem do que divindades do mal; que a quantidade não é relevante, sempre poderá ter mais uma.

Todos sabemos que as pessoas se fixam demais no quem podem ver e que racionalmente querem entender para poder acreditar. Assim expressarmos essa questão de divindades dessa maneira não é uma coisa natural e, assim, vou buscar uma outra maneira.

Olódùmarè optou por se manifestar de uma forma muito direta e objetiva para todos, assim, ele optou pela forma teândrica e se manifesta para nós através dos Orixá (Òrìṣà). Os Orixá (Òrìṣà) representam nossa humanidade, não precisamos fazer nenhum esforço para entender uma divindade que é igual a nós e ao mesmo tempo tem os poderes de deus.

Neste sentido Olódùmarè se manifesta da múltiplas formas para que todos possam igualmente entendê-lo. É ele que se configura a nós e não nós a ele. Esta é uma das razões das pessoas esteram sempre muito confortáveis junto aos Orixá (Òrìṣà).

Além disso um dos pilares dessa religião é que todos nascemos com a essência de um Orixá (Òrìṣà). O Orixá (Òrìṣà) faz parte de nós e nós somos ligados intimamente com esse Orixá (Òrìṣà). Na verdade nós somos “carimbados” com um Orixá (Òrìṣà) o nosso Orixá (Òrìṣà). Dito isso, espero que baixe a tensão de todos com essa quantidade de Orixá (Òrìṣà), uma vez que independente da quantidade cada um já tem o seu e é isso que importa a você.

Você não tem que aprender tudo quanto Orixá (Òrìṣà) que existe, isso não vai ter utilidade ou fazer nenhuma diferença. Focar nisso é o que traz confusão a cabeça das pessoas, uma vez que Orixá (Òrìṣà) é Olódùmarè e ir a Orixá (Òrìṣà) você está indo a deus.

Os Orixá (Òrìṣà) vão se adaptar ao povo, aos nomes que querem dar, ao local onde ele vai se manifestar para que a sua presença seja a mais harmônica possível com as pessoas. Muitas, talvez a maioria, da diversidade seja apenas uma troca de nomes da mesma coisa, em outros uma adaptação de deus a cada local para que possa ser melhor compreendido e aceito.

Explicado isso, e vocês sabendo que cada esta ligado a 1 Orixá (Òrìṣà), espero que entendam que não deve se ligar nessa quantidade, isso não é relevante, tudo é Olódùmarè. Os Orixá (Òrìṣà) são a estratégia de deus para chegar a todos nós.



2 comentários:

  1. Olá, Babalaô. Fiz uma catarse assistindo seus vídeos e só tenho a contestar que você usa a expressão "deus" e isto pode confundir e embolar o meio de campo do jogo entre as religiões de matriz africana e as de elite.

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  2. João,

    entendo, mas faço uso intencionalmente. Eu uso deus com minúscula. Deus é um substantivo e não um nome próprio.

    A religião católica não é dona de deus e ele chamam deus de Jeová. É assim que deveriam chamar. Dessa maneira nós ou eles podemos usar o substantivo deus.

    Como teísta não acredito em vários deuses, acredito em um só. Cada um chama como quiser

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