A confusão de valores e as tradições afrobrasileiros servindo de instrumento
Por Lenny Francis
A CONFUSÃO DOS VALORES: COMO O DEBATE PÚBLICO SOBRE AS TRADIÇÕES AFROBRASILEIRAS VÊM SENDO INSTRUMENTALIZADA PARA A BATALHA POLÍTICA POGRESSISTA DE ESQUERDA.
Há
duas grandes vertentes no debate público sobre as chamadas tradições
afro-brasileiras. A primeira delas diz respeito ao aspecto cultural,
e geralmente parte da premissa de que a religião (com todas as suas
nuanças) é fruto da cultura. A segunda vertente é àquela que
trata especificamente do Sagrado, do Divino e do espiritual e de suas
razões para atuar neste mundo.
Esta
primeira vertente que tenta explicar a partir do discurso
materialista e social o surgimento, desenvolvimento e transformações
destas tradições era, obviamente, encontrada em textos acadêmicos
de sociólogos, antropólogos e demais cientistas sociais. Mas este
discurso vem sendo transferidos para os membros das religiões
conhecidas como candomblé, umbanda e até mesmo o Ifá.
A
segunda posição é justamente aquela que vem sendo abandonada no
debate público, inclusive quando envolve membros das referidas
religiões. Trata-se justamente da migração do discurso puramente
religioso para o ideológico/político, onde inicia-se o debate da
função social da religião e de como as mesmas, frente as religiões
semíticas e cristãs, devem exercer a função revolucionária da
quebra de paradigmas.
O
que aconteceu foi a instrumentalização pela ideologia de esquerda
dos chamados Movimentos Sociais. Estes movimentos incluem o chamado
Movimento Negro (e seus derivados: movimentos feministas de mulheres
negras, quilombolas, tombamento histórico e cultural de terreiros) e
este defende a chamada “identidade negra”. Não minimizo a
legitimidade de suas reivindicações, apenas aponto o aparelhamento
político destes movimentos.
Este aparelhamento, ao abrir os cofres públicos às ONG’s e aos
terreiros (através de verbas de políticas públicas), apostou
também na política da vitimização. Esta política coloca cidadãos
de bem, responsáveis por suas vidas, como indivíduos inferiorizados
que necessitam que o estado os proteja com verbas públicas, ao invés
de garantir que as leis sejam realmente igualitárias.
O
que houve foi a suplantação do Sagrado Religioso pelo discurso
culturalista que passou a tratar a Umbanda, Candomblé, etc. como
expressões da cultura negra e não como partes da Verdade
transcendente da espiritualidade que nos preenche. Quando você
dessacraliza a visão sobre uma religião, você a rebaixa,
colocando-a no nível de qualquer atividade profana do cotidiano
imanente (de visão completamente materialista que só leva em
consideração esta realidade material).
O
discurso protagonizado por pessoas que são ligadas a religião de
Umbanda, Candomblé e Ifá, estão deixando de ser transcendentes (um
dos únicos blogs que fazem o discurso público original – pois
existem aqueles que só copiam trabalhos e textos de outros –
voltado a questões transcendentes e justifica a atuação neste
mundo a partir deste discurso é este Blog e seu incansável Exército
de Um Homem Só, Marcos Arino) e passando a ser imanentes e com o
comprometimento com a ideologia progressista de esquerda: a defesa
da legalização do aborto, a defesa da liberalização do consumo e
legalização da produção das drogas, a desestruturação das
famílias (com a interferência estatal na família e da
desconstrução do papel da mulher na família), a total inversão
dos direitos humanos (pois passam a ser apenas direitos das chamadas
“minorias” ou dos criminosos em detrimento das vítimas), etc.
Tudo
isso defendido publicamente por pessoas que se dizem fieis e
praticantes de tais religiões e que nada tem a ver com o Sagrado
destas tradições.
Para
resumir os motivos de tais discursos imanentes:
- A relativização das virtudes e das verdades transcendentes por
consciências distorcidas (conforme demonstrei em um texto anterior);
-
A dessacralização da religião em um discurso puramente cultural e
social (como apontei acima);
-
Dinheiro público jorrando a rios no aparelhamento de ONGs, o que
atrai os sanguessugas mau intencionados e os idiotas úteis (o
sujeito que não faz ideia do que ele está defendendo, mas o faz,
porque o discurso ideológico o convence sem que ele pare para
analisar suas premissas históricas – o que em si só é possível
graças ao desenvolvimento de uma consciência distorcida).
Agora
me respondam: Olodumare, os Orixás, Ifá e as entidades de Umbanda
querem que defendamos o aborto, o fim da família tradicional (que
não tem inicio com o cristianismo – falarei disso em outro texto
também), o uso e distribuição livre de drogas e a total perda das
virtudes humanas?
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