texto anterior: A familia que recebe as crianças
O envolvimento dos companheiros do egbe (Ẹgbẹ́) órun (Ọ̀run)
Vamos então deixar de lado a exclusividade de Àbíkú no tema e vamos tratar de forma ampla.
Por estarem localizado no Ìrònà os espíritos das crianças do egbe (Ẹgbẹ́) órun (Ọ̀run) tem acesso ao Àiyé e estão presentes entre a gente, eles tem essa facilidade de acesso. Dessa maneira, quando um de seus companheiros renasce pode haver a manutenção do contato entre eles, do renascido e das crianças do egbe (Ẹgbẹ́) órun (Ọ̀run). Isso não é sempre, depende do nível de ligação entre eles lá, é claro.
Assim, para os Àbíkú, esses espíritos poderão participar do processo de retorno deles ao Ìrònà. Eu não creio que eles serão responsáveis por matá-lo, matar é uma coisa muito séria, mas podem levar a criança a acidentes por distração, por exemplo. Não são raros relatos de crianças que tem amigos invisíveis, que brincam sozinhas, falam sozinhas e veem o que a gente não vê.
Como explicado, as crianças vindas de Orixá (Òrìṣà) poderão sofrer com a presença de seus companheiros do Ìrònà, seja para brincar com ela ou para cobrar delas o seu retorno. Os mitos do Cuoco mostram bastante esta ocorrência. Todos temos que entender que, uma vez que elas vieram do Ìrònà e que os demais espíritos que conheceram no Ìrònà tem acesso ao Àiyé, a presença desses espíritos poderá ser sentida pela criança e até mesmo pela família.
Mas esse contato entre nascidos e o egbe (Ẹgbẹ́) órun (Ọ̀run) tem que ser monitorado, porque situações não tão favoráveis podem ocorrer. Temos que lembrar que esse contato é inconsciente, ocorre a noite e a criança não se lembra deles e se de dia não tem a consciência disso. Quando a pessoa cresce eles se afastam, mas, antes disso podem deixar o adulto em uma posição ruim.
A minha opinião, como Bàbáláwo é que esse vínculo tem que ser quebrado para que o renascido possa ter uma vida mais tranquila. Manter esse vínculo sempre traz problemas. É risível, na minha opinião, a intenção de Bàbáláwo que indica iniciações para egbé (Ẹgbẹ́) órun (Ọ̀run), se isso fosse sério, em vez de um placebo, somente seria aplicado se o objetivo for o de desgraçar a vida da pessoa. O que salvam as pessoas é que essas liturgias malucas como iniciar para egbé (Ẹgbẹ́) órun (Ọ̀run) e fazer assentamento para egbé (Ẹgbẹ́) órun (Ọ̀run) e assentar Exú (Èṣù) para egbé (Ẹgbẹ́) órun (Ọ̀run) é apenas placebo.
Quando se fala de Egbe orun nos canais do youtube 99% é tratando de assentamentos e iniciações a Egbe acompanhado de definições e conceitos para justificarem tais iniciações e assentamentos, mas sem bases teológicas ou fontes orais e primarias ou secundarias q levem a tais justificativas.
ResponderExcluirEXATO
ResponderExcluirIsso é só comercio.
Não existe base teológica que justifique fazer isso.